ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 13-12-2010.

 


Aos treze dias do mês de dezembro do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Nelcir Tessaro, Paulinho Rubem Berta, Reginaldo Pujol e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, André Carús, Beto Moesch, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, Juliana Brizola, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Maurício Dziedricki, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulo Marques, Pedro Ruas, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do senhor Prefeito: nos 1102 e 1103/10, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 015 e 016/10 (Processos nos 4369 e 4370/10, respectivamente); nos 1101 e 1105/10, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos 060 e 061/10 (Processos nos 4367 e 4386/10, respectivamente); e 1099 e 1100/10, encaminhando Veto Parcial, respectivamente, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 033/10 e ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/09 (Processos nos 0802/10 e 6058/09, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 894628, 894629, 894630, 894631, 894632 e 894633/10, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Centésima Sexta, Centésima Sétima, Centésima Oitava, Centésima Nona e Centésima Décima Sessões Ordinárias. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Haroldo de Souza, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares do dia de ontem ao dia dezenove de dezembro do corrente, tendo o senhor Presidente declarado empossado na vereança o suplente André Carús, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude. Na oportunidade, foi apregoada Declaração firmada pelo vereador Dr. Raul Torelly, Líder da Bancada do PMDB, informando o impedimento do suplente Clovis Acosta Fernandes em assumir a vereança do dia de ontem ao dia dezenove de dezembro do corrente, em substituição ao vereador Haroldo de Souza. Em prosseguimento, a vereadora Fernanda Melchionna procedeu à entrega, ao senhor Presidente, de cópia de Recurso encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça por Sua Excelência e pela vereadora Juliana Brizola, à decisão do senhor Presidente de indeferir Requerimento apresentado pela vereadora Juliana Brizola, de instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar denúncias publicadas no Jornal Diário Gaúcho, nas edições dos dias três e quatro de dezembro do corrente, envolvendo gestões da Secretaria Municipal da Juventude. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Ubirajara Pereira Ramos, Coordenador-Geral da Associação de Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul, que defendeu propostas de desvinculação do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, apresentando benefícios que, segundo Sua Senhoria, resultariam dessa medida, principalmente em termos de otimização dos serviços prestados pelo Corpo de Bombeiros no Estado. Durante o pronunciamento do senhor Ubirajara Pereira Ramos, foi realizada apresentação de audiovisual referente ao tema abordado por Sua Senhoria. Ainda, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Carlos Todeschini, Toni Proença, Pedro Ruas, Paulo Marques e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em continuidade, representantes do Fórum de Entidades em Defesa do Sistema Único de Saúde procederam à entrega, ao senhor Presidente, de Requerimento assinado pela Associação dos Servidores da Secretaria Municipal da Saúde - ASSMS –, Conselho Regional de Serviço Social do Estado do Rio Grande do Sul – CRESS –, Sindicato dos Municipários de Porto Alegre – SIMPA –, Conselho Regional de Nutricionistas/2ª Região – CRN2 –, Sindicato dos Farmacêuticos no Estado do Rio Grande do Sul – SINDIFARS –, Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição – ASERGHC – e Sindicato dos Técnicos em Segurança do Trabalho do Estado do Rio Grande do Sul – SINDITESTRS –, solicitando a realização de Audiência Pública para tratar do Projeto de Lei do Executivo nº 053/10 (Processo nº 4225/10), que autoriza a criação pelo Executivo Municipal do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família – IMESF –, no âmbito do Município de Porto Alegre, tendo-se manifestado a respeito o vereador Aldacir José Oliboni e a vereadora Fernanda Melchionna. A seguir, o senhor Presidente registrou o falecimento da senhora Maria Angélica de Andrade, ocorrido no dia onze de dezembro do corrente, tendo sido realizado, por solicitação do vereador Pedro Ruas, um minuto de silêncio em homenagem póstuma. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Airto Ferronato. Após, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Pedro Ruas, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Às quinze horas e oito minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em prosseguimento, foram apregoadas as seguintes Emendas: nos 03 e 04, de autoria do vereador Aldacir José Oliboni, Vice-Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 010/10 (Processo nº 0457/10); e nos 01 e 02, de autoria do vereador Nelcir Tessaro, ao Projeto de Resolução nº 005/10 (Processo nº 0640/10). Também, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Nelcir Tessaro, solicitando que as Emendas nos 01 e 02 apostas ao Projeto de Resolução nº 005/10 fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 052/10 (Processo nº 4116/10). Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº 120/09 (Processo nº 2398/09), após ser encaminhado à votação pelos vereadores Airto Ferronato, Adeli Sell e João Bosco Vaz. Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 120/09, por quatorze votos SIM, um voto NÃO e doze ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo vereador Adeli Sell, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Fernanda Melchionna, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Nilo Santos, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, este com Declaração de Voto, Sofia Cavedon, Toni Proença e Waldir Canal, votado Não o vereador Adeli Sell e optado pela Abstenção os vereadores André Carús, Dr. Raul Torelly, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Mario Manfro, Mauro Zacher, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Sebastião Melo e Tarciso Flecha Negra. Foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 120/09, por dezenove votos SIM, um voto NÃO e seis ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo vereador Mauro Pinheiro, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, André Carús, Carlos Todeschini, Dr. Raul Torelly, Elias Vidal, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Mauro Zacher, Nilo Santos, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Toni Proença e Waldir Canal, votado Não o vereador Adeli Sell e optado pela Abstenção os vereadores João Antonio Dib, Luiz Braz, Mario Manfro, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques e Tarciso Flecha Negra. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Executivo nº 042/10 (Processo nº 3775/10), após ser discutido pelo vereador Sebastião Melo. Foi rejeitada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 042/10, por quinze votos SIM, onze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Elias Vidal, Luiz Braz, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal, votado Não os vereadores Alceu Brasinha, André Carús, Beto Moesch, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Mauro Zacher e Paulo Marques e optado pela Abstenção o vereador Sebastião Melo. Foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 042/10, por vinte e sete votos SIM, em votação nominal solicitada pelo vereador Mario Manfro, tendo votado os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, André Carús, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Elias Vidal, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 045/09 (Processo nº 1225/09), o qual, após ser discutido pelos vereadores Waldir Canal, Sebastião Melo e Adeli Sell e encaminhado à votação pelos vereadores Airto Ferronato e Luiz Braz, teve adiada sua votação por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do vereador Luiz Braz. A seguir, a vereadora Fernanda Melchionna e o vereador João Antonio Dib manifestaram-se acerca do Projeto de Lei do Executivo nº 040/10. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 040/10 (Processo nº 3769/10), por vinte votos SIM e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pelos vereadores André Carús, Carlos Todeschini, Sebastião Melo, Adeli Sell, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Fernanda Melchionna, Toni Proença, João Antonio Dib, Mauro Pinheiro e Idenir Cecchim, em votação nominal solicitada pela vereadora Fernanda Melchionna, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, André Carús, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Mauro Pinheiro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença e optado pela Abstenção a vereadora Fernanda Melchionna. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 040/10, o vereador Paulinho Rubem Berta cedeu seu tempo de discussão ao vereador Sebastião Melo. Na oportunidade, o senhor Presidente convidou para coquetel de confraternização de final de ano a ser realizado no dia vinte de dezembro do corrente, às dezoito horas, no saguão do Plenário Otávio Rocha. Após, o senhor Presidente colocou em votação Requerimento de autoria do vereador João Antonio Dib, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 053/10 fosse considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes, tendo-se manifestado a respeito os vereadores Mauro Pinheiro e João Antonio Dib e a vereadora Fernanda Melchionna e tendo a votação desse Requerimento sido transferida para o dia quinze de dezembro do corrente. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 010/10 (Processo nº 0457/10), o qual, após ser discutido pelos vereadores Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Idenir Cecchim, Carlos Todeschini e João Antonio Dib, teve sua discussão suspensa, em face da inexistência de quórum deliberativo. Na ocasião, os vereadores Reginaldo Pujol, Aldacir José Oliboni e João Antonio Dib manifestaram-se acerca da apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 010/10. Às dezessete horas e trinta e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, em verificação solicitada pelo vereador Carlos Todeschini, o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 184/10, discutido pelo vereador Reginaldo Pujol, e o Projeto de Lei do Executivo nº 053/10, discutido pelos vereadores Adeli Sell, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Dr. Raul Torelly e Toni Proença; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 178 e 182/10. Na oportunidade, o vereador Reginaldo Pujol manifestou-se acerca da possibilidade de agendamento de comparecimento a este Legislativo do senhor Jairo Jorge, Prefeito de Canoas, para esclarecimentos acerca do projeto em tramitação na Câmara Municipal daquele Município, de criação da Fundação Municipal de Saúde de Canoas. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores André Carús, Waldir Canal, João Antonio Dib, Mauro Pinheiro e Reginaldo Pujol. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o vereador Carlos Todeschini. Às dezoito horas e trinta e sete minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro, Mario Manfro e Mauro Pinheiro e secretariados pelo vereador João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Haroldo de Souza solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no período de 12 a 19 de dezembro de 2010. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

A Mesa declara empossado o Ver. André Carús, que integrará a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude, em função da impossibilidade de o Suplente Clóvis Acosta Fernandes assumir a Vereança.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, venho informar à Presidência, aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras que esta Vereadora e a Verª Juliana Brizola estão apresentando um Recurso para a Comissão de Justiça, pela reavaliação da decisão de V. Exª, com base no Parecer da Procuradoria, e pela imediata instalação da CPI em Porto Alegre.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Será processado o pedido e, posteriormente, dado o devido encaminhamento.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Tribuna Popular de hoje tratará de assunto relativo à desvinculação do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar. O Sr. Ubirajara Pereira Ramos, Coordenador-Geral da Associação de Bombeiros, está com a palavra, pelo tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. UBIRAJARA PEREIRA RAMOS: Boa-tarde a todos; boa-tarde, Sr. Presidente. (Procede-se à apresentação em datashow.) Primeiramente, apresento a Associação de Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul, a ABERGS. É uma entidade civil que representa tanto praças quanto oficiais do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar e tem como objetivo buscar a melhoria do serviço na atividade de bombeiro para a sociedade. Como buscar essa melhoria de serviço? Nós acreditamos que o Corpo de Bombeiros pode melhorá-lo através da sua autonomia, através da desvinculação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar.

Vou expor um pouquinho da história do Corpo de Bombeiros no nosso Estado. O Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul existe desde 1895, na época era mantido por Municípios e entidades privadas. Na Capital, ele foi incorporado à Brigada Militar do Estado somente em 1935 e, no interior do Estado, somente em 1950. Como é a realidade do Corpo de Bombeiros no restante do Brasil? O Corpo de Bombeiros é independente, é autônomo, ele não tem nenhum vínculo com a Polícia Militar. Hoje, somente Bahia, Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul têm esse vínculo com a PM, sendo que, na Bahia e no Paraná, estarão se separando da Polícia Militar em 2011. Nos Estados de Rio de Janeiro e Brasília, nunca houve nenhum vínculo com a Polícia Militar, ou seja, sempre os bombeiros foram independentes e autônomos.

Antes de discutir se a separação da Corporação é legal ou não, nós temos que ver o que diz a Constituição Federal. A Constituição de 1988, no art. 144, deixa clara a missão do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, deixando clara a não subordinação de uma atividade a outra. Também prevê, no seu art. 37, o princípio da eficiência, em que uma atividade somente é eficiente quando administrada por pessoas altamente capacitadas na atividade. Hoje o Corpo de Bombeiros é subordinado ao comando da Brigada Militar, cujo responsável é um oficial altamente qualificado na atividade de policiamento e não na atividade de bombeiro. Mas será que é tão diferente a atividade de bombeiro e a atividade de polícia? Como todos nós sabemos, o serviço de bombeiros é acessado pelo número 193, e o serviço da polícia pelo 190; o serviço de bombeiros está ligado ao serviço da vida, ao serviço de salvamento, enquanto que o da polícia é à lei e à ordem; nós estamos ligados à prevenção de incêndio, e a Polícia Militar está ligada à prevenção do crime. O nosso Santo Padroeiro é São Floriano, enquanto que o da polícia é São Sebastião, ou seja, nem o santo nos ajuda!

Se bombeiro e policial são atividades tão necessárias e tão nobres para a sociedade, por que a desvinculação de uma atividade traria tantos benefícios para a sociedade? Qual é a realidade hoje do Corpo de Bombeiros, senhores? Falta uma gestão específica voltada para a atividade de bombeiro. Não existe concurso para bombeiro no Estado, ou seja, qualquer jovem hoje que quiser ingressar no Corpo de Bombeiros terá que prestar serviço à Brigada Militar. E, se surgirem possíveis vagas para a atividade de bombeiro, ele poderá ser chamado ou não para exercer a função. Os praças - soldados e sargentos - que atuam há mais ou menos meia vida na atividade profissional, com 15 ou 20 anos na atividade de bombeiro, podem atuar automaticamente na atividade de policiamento ao serem promovidos. O que acaba acontecendo hoje é que temos colegas que recusam a promoção porque podem acabar, de um momento para outro, na atividade de policiamento. Oficiais do Corpo de Bombeiros que se especializaram - por meio de dinheiro público, de dinheiro do Estado -, muitas vezes no Exterior, ao adquirirem alto conhecimento da atividade de bombeiro, podem ser transferidos, sem critério algum, para a atividade de policiamento.

Na maior parte dos concursos, as vagas são destinadas ao policiamento. Aqui nós temos o exemplo do último concurso: foram 3,8 mil vagas para atividade de policiamento e somente 200 vagas de bombeiros para todo o Estado. Aqui nós temos um quadro demonstrativo dos últimos concursos, das inclusões e desvinculações que ocorreram no Corpo de Bombeiros do Estado: 744 militares entraram, e 989 saíram. Também aqui um quadro demonstrativo que foi apresentado agora no final de Governo: nesses últimos quatro anos, foram adquiridos, para atividades de policiamento, em torno de 19 mil viaturas; enquanto que, para o Corpo de Bombeiros - aqui falo especificamente de caminhões de combate ao incêndio -, em 2009, vieram somente nove viaturas, através da participação popular, ou seja, não foi por demanda da corporação, não foi o comando da Brigada Militar que destinou esses caminhões de bombeiros para corporação.

E qual é a realidade do Estado hoje? Dos 496 Municípios do Rio Grande do Sul, somente 93 têm bombeiros, ou seja, apenas 19% do nosso Estado têm bombeiros. Se você vai a alguns lugares do Estado, da criança mais nova ao mais idoso, com certeza, nunca viram um caminhão de bombeiro. E o que diz a ONU? Hoje, no nosso Estado, são 2,4 mil servidores militares, e a ONU prevê em torno de um bombeiro para cada mil habitantes. Nosso Estado tem 11 milhões de habitantes, deveria ter em torno de 11 mil bombeiros; mesmo que fosse a metade, em torno de 5 mil, mas ainda estamos longe da realidade.

Como é a formação do bombeiro? O bombeiro deveria ver, no seu curso de formação, atividades ligadas a salvamento, combate a incêndio, eletricidade, química, mecânica, mas qual é a realidade hoje? Ele acaba vendo atividades voltadas para o policiamento - policiamento ostensivo, tecnologia, psicologia forense, investigação do crime. Como se resume, então, essa formação do bombeiro? Setenta por cento da formação de um bombeiro, hoje, é voltada para atividade de policiamento e apenas 30% para atividade-fim, o que, além de qualificar mal o profissional, causa um desperdício de dinheiro público. Num curso são gastas 335 horas voltadas para atividades de bombeiro, isso dá em torno de 20 mil reais gastos por turma em atividades de policiamento. No último concurso foram seis turmas, o que resultou em torno de 120 mil reais desperdiçados, somente com horas-aula.

O bombeiro hoje não possui identidade, não possui autoestima; quem vê um bombeiro na rua não sabe identificá-lo como bombeiro ou policial, porque as fardas são iguais, não há como identificá-lo, ele é confundido. Senhores, não confundam quando virem um bombeiro com um policial! Como são os quartéis hoje? Aqui vemos dois exemplos de quartéis. Os de cima são os mais novos do Estado, inclusive um é de Porto Alegre. Os dois de baixo são quartéis de policiamento, que, por acaso, parou um caminhão de bombeiro na frente; não tem como identificá-los, são iguais. Será que a sociedade consegue identificar? Será que um turista, quando vier para a Copa do Mundo, em 2014, vai identificar? Como é nos outros Estados? Esta é a realidade de outros Estados: não tem como confundir. Bombeiro é igual no mundo inteiro, e quem vier aqui ficará confuso, não terá como entender.

Sobre a questão de parcerias: com um Corpo de Bombeiros autônomo, independente, desvinculado da Polícia Militar, será mais fácil a busca de parcerias com o Município, com entidades privadas, inclusive com o Governo Federal, através do Senasp. Hoje, quem solicita qualquer demanda que venha do Governo Federal é a Brigada Militar, que acaba sempre priorizando a atividade de policiamento. Facilitará a relação com a comunidade, com certeza, porque nós podemos trabalhar integrados com ela, através de programas sociais. Uma realidade muito almejada aqui em Porto Alegre é a integração com os órgãos de resgate, como o SAMU, mas isso não existe. O SAMU faz um serviço, e o bombeiro faz outro - eles não conseguem se entender. Aqui temos um demonstrativo do que acontece no Estado de Santa Catarina, Pernambuco, Paraíba, Distrito Federal, onde há integração. Um exemplo: eles atuam no helicóptero com um enfermeiro e um médico do SAMU. Quem acaba ganhando com essa parceria? A própria sociedade.

Falo sobre os desastres e calamidades. Sempre que falarmos de alguma situação de desastre, automaticamente vamos lembrar da Defesa Civil. Ao falar em Defesa Civil, temos de falar em bombeiro, porque ele é o responsável legal pela função da Defesa Civil. Isso já está previsto na Constituição Federal. Mas, no nosso Estado, quem é o responsável pela Defesa Civil? Hoje é um Major da Polícia Militar, e não do Corpo de Bombeiros. Será que estamos preparados se surgir algum evento? Lembro de fatos recentes, como as enchentes de Santa Catarina, os desmoronamentos no Rio de Janeiro, em São Paulo, o terremoto no Chile. Será que nós estamos preparados no caso de acontecer algo desse tipo?

Temos aqui um gráfico interessante da população e do crescimento do Corpo de Bombeiros. Porto Alegre tem em torno de 1,6 milhão de habitantes, e, nesses 30 anos, só surgiram três quartéis de bombeiros na Capital: na Estação Mauá, que hoje não combate mais incêndio, porque não tem caminhão; na Estação Restinga e na Estação Teresópolis. Se fizermos uma projeção para daqui a quatro anos, na Copa do Mundo, não terá surgido nenhum quartel novo do Corpo de Bombeiros na Capital. E como é que era isso em 1940? Na Capital, em 1940, tínhamos apenas dois quartéis de bombeiros, com 270 homens nessa atividade. Hoje, em 2010, a população aumentou, e, em relação aos bombeiros, tivemos um aumento de apenas nove homens.

Aqui temos o mapa de Porto Alegre, com a localização dos quartéis em Porto Alegre. Hoje são nove quartéis, sendo que as Estações da Assunção e da Silva Só estão fechadas por falta de efetivos. Ou seja, na realidade, são sete. Se formos dividir a área territorial de Porto Alegre por quartel, teremos em torno de 55 quilômetros quadrados por quartel, por atuação. Se esse Corpo de Bombeiros estivesse localizado no centro da sua atuação, ele teria em torno de 27 quilômetros a percorrer, o tempo que ele levaria até o ponto mais extremo seria em torno de 25 minutos. Vinte e cinco minutos seria o tempo que o caminhão levaria para chegar até o incêndio. E todo bombeiro sabe que cinco minutos são suficientes para uma casa popular de alvenaria ser totalmente destruída pelo fogo.

Algo que imprensa e a Brigada Militar não divulgam: a atividade que está relacionada diretamente com a Polícia Militar é o latrocínio - roubo seguido de morte -, e a atividade de combate a incêndio, através da prevenção, está ligada diretamente ao Corpo de Bombeiros, pois, nos últimos quatro anos, morreram muito mais pessoas em incêndios do que em latrocínios, assalto seguido de morte. Uma curiosidade: nos anos 80, Porto Alegre tinha nos seus quartéis cerca de 20 homens trabalhando por turno; hoje, a realidade está em torno de 3 a 4 homens por dia. Porto Alegre possui, em média, apenas um caminhão de combate a incêndio com cinco mil litros, o que dá, na realidade, quinze minutos de atuação. Porto Alegre possui apenas duas autoescadas, escada magirus, uma doação da Alemanha na década de 70, e, dessas duas escadas, apenas uma funciona, e a que funciona atinge, no máximo, doze andares.

Mas não é somente a Associação de Bombeiros, ABERGS, que defende a autonomia do Corpo de Bombeiros, a sua desvinculação da Brigada Militar. Estudos da NFPA - órgão internacional que regula a atividade de bombeiro no Canadá, Estados Unidos e Europa – concluíram que não existe nenhuma vantagem econômica nem operacional quando as funções de polícia e bombeiro estão vinculadas. Nós temos depoimentos de comandantes de alguns Corpos de Bombeiros que foram desvinculados, como, por exemplo, Corpo de Bombeiros do Acre: “Nossa realidade é plena de sucesso, com a população recebendo serviço qualificado”. Goiás, que foi o primeiro Estado a se separar, em 1989, nos trouxe orçamento próprio e reestruturação das unidades. O Ceará nos trouxe desenvolvimento administrativo operacional. Minas Gerais, que se separou em 1996, nos trouxe orçamento próprio e agilidade.

A sociedade também discutiu a desvinculação do Corpo de Bombeiros através do Conseg, em Brasília. Com a participação de mais de 500 mil pessoas, chegou-se à conclusão, como diretriz mais votada, de que o Corpo de Bombeiros deve manter a sua atribuição constitucional com autonomia. Vejam a sétima diretriz mais votada: garantir a coordenação da Defesa Civil sob coordenação do Corpo de Bombeiros. A sociedade discutiu, a sociedade enxergou a realidade!

Será que só os bombeiros ganharão? Eu mostrei até aqui só coisas boas para a sociedade e para o Corpo de Bombeiros, mas a Polícia Militar também ganhará, a Brigada Militar também vai ganhar, porque ela vai se tornar muito mais leve e livre da responsabilidade de administrar o Corpo de Bombeiros. Ela vai poder focar a sua missão constitucional na atividade de preservação e manutenção da ordem pública, que é a função da Brigada Militar. O Estado vai ter duas corporações fortes, de prestígio e de nome. O Corpo de Bombeiros vai buscar parceria com outros órgãos, principalmente com a sociedade, porque o motivo da existência da nossa atividade é a sociedade, que terá ganhos imensuráveis com um Corpo de Bombeiros mais ativo, técnico e profissional presente dentro das comunidades.

O Corpo de Bombeiros sempre vai defender o próximo, como já diz o seu próprio lema, que é “Salvar, sempre salvar!”, independente de quem seja. Então, senhores, há alguma dúvida de que será melhor a desvinculação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar? Eu poderia citar inúmeros exemplos dos 23 Estados que já são separados da Corporação, mas vou pegar o exemplo de Santa Catarina, que está ao nosso lado, onde é fácil visualizar, é só passar um veraneio e ver a realidade. O que é que aconteceu em Santa Catarina? Em 2003, Santa Catarina tinha uma situação igual ou pior à do Estado do Rio Grande do Sul. Em 2000, o Estado do Rio Grande do Sul tinha um plano de desvinculação do Corpo de Bombeiros. Esse plano não chegou nem a ser encaminhado à Assembleia. Santa Catarina veio ao nosso Estado, pegou esse plano, copiou, separou.

O que aconteceu lá? Houve um aumento de efetivo. Hoje, o efetivo de praças, soldados, sargentos é praticamente o nosso efetivo total no Estado. O Orçamento, que era zero antes, hoje é de 38 milhões, o que significa 7% da Secretaria de Segurança do Estado de Santa Catarina, e, principalmente, o que melhorou para a sociedade foi o número de quartéis, que era de 35 e passou para 113 em apenas seis anos de desvinculação da Polícia Militar. Então, temos aqui a imagem de Santa Catarina, o que melhorou, o pessoal mais qualificado, mais treinado, mais capacitado, com autoestima melhor, quartéis em quase todos os Municípios.

O Corpo de Bombeiros não quer mais ver, presenciar e nem ler em jornais situações como esta, como o incêndio que ocorreu em Canoas, quando bombeiros de vários Municípios apagaram um único incêndio. Imaginem se isso tivesse acontecido em Sapucaia, Esteio, Canoas ou na própria Porto Alegre, incêndios ocorrendo no mesmo momento, no mesmo instante. O que poderíamos fazer? Será que é difícil, impossível acontecer um incêndio no mesmo momento em vários locais? Não é impossível. Uma semana depois, três incêndios ocorreram no mesmo instante. Esses três incêndios conseguiram ser controlados: São Leopoldo e Porto Alegre, sim, mas Viamão, não, ali o incêndio permaneceu. Tivemos sorte, tivemos ajuda divina, porque nesse dia choveu bastante. Se não chover, teremos que contar com a sorte? Com a sorte os moradores de Nova Santa Rita vêm contando, com muita sorte, porque, em uma cidade com 20 mil habitantes, o Corpo de Bombeiros trabalha um dia sim, um dia não, por falta de efetivo. Se não tivermos sorte, se não tivermos ajuda divina, vai acontecer isto que está aqui, triste: passados poucos meses do Dia da Criança, um menino de quatro anos morreu em um incêndio em casa, em Canoas, no bairro Mathias Velho; o Corpo de Bombeiros chegou em 12 minutos, mas poderia ter chegado antes se o único caminhão da cidade não estivesse quebrado.

Portanto, senhores, ou nós paramos no tempo, deixamos as coisas como estão, precárias, o bombeiro cada vez mais se desmanchando, sem formação específica para a atividade, ou evoluímos como os demais bombeiros do Brasil e do mundo. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Convido o Sr. Ubirajara Pereira Ramos a fazer parte da Mesa.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ADELI SELL: Estamos todos, meu Presidente, felizes com a presença da Associação dos Bombeiros, que nos traz uma discussão extremamente rica, salutar para o Estado do Rio Grande do Sul. Eu tenho a convicção de que, com um bom diálogo em um novo Governo, V. Sas terão condições de fazer essa discussão, e assim vamos trilhar aquilo que é melhor para a sociedade do Rio Grande do Sul. Os exemplos que V. Sas nos trouxeram são elucidativos. É claro que não é um tema propriamente de nível municipal, portanto a Bancada não fez uma discussão, no entanto temos fomentado e ajudado nesse debate. Eu mesmo já publiquei no meu blog e no site do Partido as suas manifestações, porque acreditamos que é preciso abrir esse debate para o conjunto da sociedade. A sociedade tem de entender muito bem quais são os mecanismos e qual é o melhor arcabouço jurídico para a instituição. Portanto, é uma boa abertura de debate, porque aqui nós estamos tendo a apreciação direta dos telespectadores pela TVCâmara e pela Rádio Web. Desejo muito sucesso a vocês! Todo mundo sabe que os bombeiros vivem em nossos corações e em nossas mentes. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Vou falar em meu nome e em nome do meu Partido, o PSB. É um dever de todos nós, autoridades ou não, em se tratando da instituição Corpo de Bombeiros, olhar com carinho a manifestação das pessoas que ali atuam, até pela importância que tem o Corpo de Bombeiros em qualquer grande cidade, assim como no Estado todo, pelo trabalho que presta. Eu sou funcionário público também, sou aposentado, trabalhei na União, no Estado e no Município, tenho acompanhado de perto o sentimento do cidadão em relação ao serviço público e, muito especialmente, em relação ao Corpo de Bombeiros. Tenha certeza, Capitão Ubirajara e todos os que aqui estão, de que a instituição Corpo de Bombeiros tem o respeito extraordinário de todo o cidadão. Por quê? Porque foi um respeito construído, é por isso que estamos juntos nessas causas, acredito que a causa que o senhor traz aqui é relevante e poderemos contribuir com o debate. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Ubirajara Pereira Ramos - o Bira -, receba nossa saudação; o nosso abraço aos colegas bombeiros que aqui se fazem presentes através da Associação. Nós estamos aqui, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores - dos Vereadores Adeli Sell, Sofia Cavedon, Mauro Pinheiro, Maria Celeste, Engenheiro Comassetto, Aldacir José Oliboni -, para prestar nossa solidariedade. Já estivemos, em outras oportunidades, debatendo, e a provocação que é feita é absolutamente justa e pertinente; a proposta é de que se abra um diálogo, um grande debate acerca da necessidade da autonomia do Corpo de Bombeiros em relação à corporação à qual pertencem: autonomia financeira, operacional e administrativa. Por quê? Já é notada a demanda ordinária, a pressão ordinária, por recursos e por direcionamento dos meios efetivos para a ação policial, para a ação de combate à violência, no entanto não menos importante é o papel do Corpo de Bombeiros, principalmente frente às catástrofes naturais, faz-se cada vez mais importante a prevenção às catástrofes, a prevenção aos eventos que ocorrem e que comprometem, muitas vezes, vidas. Uma vez efetivada, essa autonomia poderá proporcionar melhor capacidade, melhores condições de oferecer segurança e de salvar a vida das pessoas, dos gaúchos, dos brasileiros. Parabéns pela iniciativa, continuem a luta! Nós vamos estar irmanados nessa discussão. Muito obrigado, Sr. Presidente. Parabéns, Ubirajara.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; falo em nome da Bancada da PPS - deste Vereador e dos Vereadores Paulinho Rubem Berta e Elias Vidal -, também falo, por delegação, em nome dos Vereadores João Antonio Dib, Beto Moesch e João Carlos Nedel, que me dão a honra e o orgulho de poder me manifestar em nome do PP. Quero cumprimentar o Ubirajara pela exposição e também o Ver. Adeli, proponente desta Tribuna Popular. Temos simpatia por essa causa, tanto a Bancada do PPS quanto a Bancada do PP. É verdade, temos que nos debruçar um pouco mais sobre a ideia, mas, em princípio, somos favoráveis. Achamos que é possível desenvolver e muito a Corporação dos Bombeiros com a sua desvinculação da Brigada Militar. Isso facilitaria o serviço da Brigada Militar e também o trabalho dos bombeiros, e quem ganha com isso é a cidade de Porto Alegre, é todo o Estado. Eu me criei perto do quartel central dos bombeiros, que era entre a Rua João Guimarães e a Av. Silva Só - acho que não deve ser mais nesse local -, assistia ao treinamento dos bombeiros, era uma das possibilidades de entretenimento na minha infância, eu ficava de longe assistindo. Então, contem conosco, com as Bancadas do PPS e do PP, nessa luta.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PEDRO RUAS: Meu caro Ubirajara, ao saudá-lo, cumprimento todos os integrantes da Associação. Falo, neste momento, em meu nome e em nome da Verª Melchionna, da Bancada do PSOL. Temos total apreço por essa ideia, na medida em que, evidentemente, as funções são muito distintas. A especialização que é exigida a um soldado bombeiro é muito superior - isso com o maior respeito, mas são atividades distintas - à que se exige de outra atividade, uma função específica de segurança. O treinamento, o equipamento, o material, o uso das novas tecnologias em relação à atividade de bombeiro são muito diferentes, muito distintas, muito diferenciadas no sentido do diferente com qualidade.

Eu quero aproveitar e fazer o registro de que, há alguns anos, nesta Casa, nós tivemos a oportunidade, triste por sinal, de registrar o trágico falecimento do bombeiro Leonel Vergas, filho do ex-Vereador da nossa Casa, Índio Vargas, Leonel faleceu em circunstâncias trágicas; era seu colega, soldado, bombeiro, ele foi homenageado por nós. Eu queria fazer o registro de que deveríamos ter, Ubirajara, em algum tempo, uma Divisão, um Regimento, um Pelotão Leonel Vargas. Todos nós somos solidários com essa luta pela desvinculação; aliás, é uma luta que já tem, hoje, vitórias nacionais importantes, mas é preciso no nosso Estado, obviamente contando com o apoio da Câmara da Capital, atingir esse objetivo. Então, conte com o PSOL nessa luta; nós somos seus companheiros.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Paulo Marques está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PAULO MARQUES: Eu gostaria, Sr. Presidente, de me solidarizar com essa luta. Acho fundamental a questão da emancipação do bombeiro pela sua atividade específica - eu a conheço muito bem, porque fui Secretário-Adjunto da Defesa Civil, fui Ordenador de Despesas do Funrebom por seis anos, conheço a luta dos bombeiros. Acho que são importantes os testemunhos que estamos recebendo aqui nesta Casa, e, sem dúvida nenhuma, quero dar a demonstração da nossa solidariedade em relação a essa batalha tão necessária. Já existem demonstrações em outros Estados da eficácia, da necessidade e do quanto se melhora a qualidade e se valoriza a atividade de bombeiro quando ela é emancipada e destinada a essa questão específica, singular e única de salvar vidas. Esse é o nosso testemunho, da Bancada do PMDB.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Presidente, o Sr. Ubirajara Pereira Ramos nos prestigia, hoje, com sua presença, trazendo a debate esse tema de grande relevância. Eu tenho pelo Corpo de Bombeiros uma simpatia pessoal; inclusive, há familiares meus que já comandaram o Corpo de Bombeiros, o que me deixa, de certa forma, suspeito para falar.

O folheto que foi distribuído apresenta algumas colocações que nos levam a uma boa reflexão. A primeira delas é lapidar: quando pergunta se nós sabíamos que, no mundo inteiro, não existem bombeiros vinculados à Polícia Militar. Essa pergunta liquida com qualquer raciocínio: será que todo o mundo está errado, e nós, aqui no Brasil, estamos certos? É uma indagação muito forte que encaminha um posicionamento. A reflexão que os senhores trazer aqui tem que se encaminhar para um sentido. Eu não vejo na atuação do Corpo de Bombeiros uma atuação policial. Se buscarmos mais adequadamente o assunto, vamos ver que é uma ação de defesa civil, por conseguinte está muito mais vinculada às entidades civis, à sociedade civil organizada do que propriamente a ordem militar. Por isso, meu caro Ubirajara, saiba que sua vinda aqui não foi em vão, lançou uma semente para um bom debate, uma boa discussão, e, sem demora e sem delonga, sem afobação e sem ficar eternamente discutindo sem oferecer propostas, esta Casa haverá de se posicionar. Eu, pessoalmente, confesso, e o meu pronunciamento leva a uma conclusão nesse sentido, que V. Sª tem razão: se no mundo inteiro os bombeiros não são vinculados à Polícia Militar, e sim à sociedade civil, vamos refletir, o Brasil deve estar, nesse particular, equivocado e merece evoluir. Meus cumprimentos e volte sempre a esta Casa.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): De nossa parte, Sr. Ubirajara Pereira Ramos, queremos dizer que esta Casa está aberta sempre às reivindicações, às comunicações; pode contar com o apoio que daremos para sua proposta, proposta da entidade; saudamos a todos os demais bombeiros aqui presentes e agradecemos a sua presença e a valiosa contribuição que hoje nos trouxe. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI (Requerimento): Nobre Presidente, na condição de Presidente da Comissão de Saúde, eu queria fazer um Requerimento a Vossa Excelência. Nós fizemos uma reunião na Comissão de Saúde, e várias entidades queriam se manifestar perante V. Exª, como Presidente da Casa, entregando um documento referente ao Projeto do Executivo que cria um Instituto na área da Saúde. Que V. Exª possa receber este documento, que é das seguintes entidades presentes: Conselho Municipal de Saúde, Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, Associação dos Servidores da Secretaria Municipal de Saúde, Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição, Federação Nacional dos Nutricionistas, Sindicato dos Previdenciários, Sindicato dos Enfermeiros, Sindsepe e Central Única dos Trabalhadores. Eu pediria que três ou quatro pessoas pudessem se dirigir ao Plenário para entregar este documento a Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Nós já recebemos o documento, Vereador.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Mas eu pediria que ele fosse entregue oficialmente pela Comissão. Eles pediram, e eu estou tentando fazer a intermediação entres eles e V. Exª, queremos apenas fazer a entrega do documento.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Pois não. Então, eu franqueio a entrada da Comissão para a entrega do documento.

 

(Procede-se à entrega do documento pela Comissão.)

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, eu gostaria de registrar a nossa opinião, minha e do Ver. Pedro Ruas, do PSOL, não só apoiando a iniciativa das entidades, dos sindicatos, na busca por uma audiência pública; não só apoiando para que esse Projeto não seja votado de maneira açodada no final do ano, mas, sobretudo, apoiando a luta contra as fundações privadas na área da Saúde. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Feito o registro, Vereadora.

Antes de passar a palavra ao Ver. Airto Ferronato, eu quero anunciar a todos os colegas Vereadores que, no último final de semana, faleceu a Srª Maria Angélica de Andrade, ex-esposa do nosso Ver. Sebastião Melo e mãe do nosso militante e colega, o participativo Pablo.

 

O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento da Srª Maria Angélica de Andrade.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, vou falar agora sobre uma questão que merece a atenção de todos, especialmente a atenção dos Vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre; aliás, é um assunto do qual já tenho falado bastante: a micro e pequena empresa e a sua importância no cenário econômico e social do nosso País e muito especialmente para nós, Ver. João Antonio Dib, da cidade de Porto Alegre. Nós sabemos, por estudos, que 25% das pequenas empresas nascem e quebram com menos de um ano, e mais de 50% dessas pequenas empresas nascem e quebram em até cinco anos. O assunto é tão importante que a Presidenta eleita, Dilma Roussef, está criando uma Secretaria, já falou em Ministério da micro e pequena empresa. Aconteceram alguns avanços nesse tema, e um dos avanços mais significativos foi a instituição do Simples Nacional, um imposto pago pela pequena empresa.

Eu enviei - já falei aqui -, a Câmara enviou ao Presidente Lula uma solicitação. O que acontece? A Receita Federal - isto é uma norma da nação brasileira - não quer parcelar... Repito, Srs. Vereadores e público que está me ouvindo: a Receita Federal não quer parcelar pequenas dívidas dos pequenos empresários nacionais. Não quer parcelar - eu trabalhei na Receita Federal - três, quatro, cinco mil de dívidas da pequena empresa; a Receita Federal não admite parcelamento. Para clubes de futebol, parcelaram débitos milionários em 240 meses. Para a grande empresa, parcelam milhões e milhões de reais. Para a pequena empresa, não querem parcelar. Meu caro Vereador Dr. Raul Torelly, o único que me dá a honra de prestar atenção: não querem parcelar mil, dois mil, três mil reais. Isso é um absurdo.

E o que é pior, Ver. Idenir Cecchim, sabe o que eles estão fazendo agora? Mandaram uma correspondência dizendo que quem não pagar suas dívidas será excluído do Simples Nacional. Já mandei uma correspondência ao Presidente Lula. Não é possível que isso venha a acontecer, não é possível que a Receita Federal, que o Governo Federal - que nós apoiamos - parcele milhões e milhões de reais para grandes empresas do Exterior e nacionais também, e não parcele, Ver. João Bosco Vaz, mil, dois, três mil reais. Não querem parcelar e estão ameaçando com a exclusão do Simples Nacional. No Simples Nacional, o maior percentual é 6%, quem cai fora do Simples Nacional vai pagar 17%, no mínimo. Vai aumentar a quebradeira, numa irresponsabilidade do Governo Federal. O Sr. Lula, imediatamente, tem que pensar nisso e revogar esse absurdo que aí está. Não é possível pensar que a Receita Federal - trabalhei lá - não admita parcelar pequenos débitos de pequenos contribuintes nacionais. Vai haver uma quebradeira nacional! Obrigado. Um abraço a todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Requeiro a Vossa Excelência, Sr. Presidente, que, depois de ouvido o Plenário, façamos uma inversão: passemos diretamente para a Ordem do Dia, deixando o Grande Expediente para o final da Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento do Ver. Pedro Ruas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro – às 15h08min): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Apregoamos a Emenda n° 04, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni e do Ver. Engenheiro Comassetto, ao PLL nº 010/10.

Apregoamos a Emenda nº 03, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni e do Ver. Engenheiro Comassetto, ao PLL nº 010/10.

Apregoamos as Emendas nº 01 e 02, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, ao PR nº 005/10.

Em votação Requerimento de dispensa de envio das Emendas nº 01 e 02 ao PR nº 005/10 às Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passo a presidência dos trabalhos ao Ver. Mauro Pinheiro.

 

(O Ver. Mauro Pinheiro assume a presidência dos trabalhos.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4116/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 052/10, que institui o Diário Oficial Eletrônico como meio de publicação oficial dos atos dos Poderes Executivo e Legislativo do Município de Porto Alegre, cria e extingue funções gratificadas na Secretaria Municipal de Administração (SMA) e dá outras providências.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Mauro Zacher: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, III, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 01-12-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLE nº 052/10. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2398/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 120/09, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que inclui arts. 1º-A, 2º-A e 7º-A na Lei nº 7.555, de 19 de dezembro de 1994 – que institui, como evento oficial do Município de Porto Alegre, a Maratona de Porto Alegre e dá outras providências –, dispondo sobre a participação de para-atletas cadeirantes nessa Maratona. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relatora Verª Maria Celeste: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Valter Nagelstein: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Nilo Santos: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM em 06-12-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLL nº 120/09. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 120/09.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, com bastante objetividade, estou aqui para pedir o voto favorável ao nosso Projeto, que pretende oficializar, junto à Maratona de Porto Alegre, também a Maratona para os nossos cadeirantes. Compreendo a importância desse tipo de evento, meu caro Ver. Cecchim, que se realiza em praticamente todos ou em muitos países do mundo, evento da maior importância. Estou aqui para registrar que este é um Projeto que não é nosso: é de cadeirantes que solicitam essa inclusão como um evento oficial da cidade de Porto Alegre, e até justificando o percentual de 12% de verbas, porque praticamente 12% de cadeirantes participam em relação à quantidade de participantes do projeto todo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 120/09.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, estou vendo uma discussão acalorada no Plenário sobre o tema. Eu sou um defensor, evidentemente, do cadeirante, do portador de deficiência, eu quero mais é que participem. Estou, inclusive, podendo falar sobre isso, porque, no meu mandato, eu tenho um trabalho dirigido aos portadores de necessidades especiais, aos deficientes. Agora, eu acho que nós não podemos vincular verba; parece que não é constitucional, Ver. Cecchim, e muito menos podemos fazer distribuição de verba pelo número de participantes, porque teríamos que fazer um levantamento - muda de ano para ano. Então, eu não posso concordar, Ver. João Bosco, e até quero instigar que V. Exª fale. Vossa Excelência foi Secretário e poderá ser o Secretário da Copa. Temos que incentivar, sim, o esporte para os portadores de deficiência, mas não podemos fazer a vinculação da maneira como foi colocada. Desculpe-me, Ver. Airto Ferronato, que é um exímio legislador, foi Presidente desta Casa e tem dado grandes lições para nós nas questões de economia e de Orçamento, mas, nesse ponto, eu não posso concordar com esta proposição.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 120/09.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; Ver. Adeli, eu tentei explicar ao nobre Ver. Ferronato trezentas e cinquenta mil vezes este Projeto. Vou dar um depoimento aqui, de quem é o autor da Lei das Maratonas em Porto Alegre. Não correm mais do que quatro ou cinco cadeirantes, e sempre ganha o mesmo. Está-se fazendo um Projeto para o que ganha sempre. Este Projeto é direcionado. Eu já tentei explicar para Vossa Excelência. Não correm mais do que quatro ou cinco, e ganha sempre o mesmo. Doze por cento - que ele quer ali - não ganham os dois mil atletas que correm a prova normal. Eu tentei explicar isso para o Ver. Airto Ferronato. Eu tentei explicar! Mais ainda: tentei explicar para ele que a Maratona não é feita pela Prefeitura de Porto Alegre. Vai passar a ser feita agora, porque eu modifiquei a lei, e essa lei ainda vai ser votada este ano aqui. Tentei explicar para ele: “A Maratona de Porto Alegre não é feita pelo Município de Porto Alegre” - expliquei para ele!

 

(Manifestação do Ver. Airto Ferronato.)

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Bom, mas, se o senhor sabe, é pior ainda o Projeto, porque é uma Maratona que o Município não faz, e é o Município que tem que pagar o prêmio?

 

(Manifestação do Plenário.)

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Mas está ali o organizador! Agora vai passar a ser, Ver. João Dib, nós já conversamos sobre isso, foi no seu Governo que começou, com V. Exª; depois eu fiz um Projeto oficializando, com a sua permissão. Agora eu estou mexendo, porque a entidade que faz a Maratona de Porto Alegre coloca no bolso, todo ano, 150 mil reais. Agora vai passar a ser feita pela Secretaria Municipal de Esportes, que tem 150 mil reais para o ano todo. Só uma prova dá 150 mil reais. Eu sou favorável a dar um incentivo maior para os cadeirantes. Claro que sou! Mas nunca corre meia dúzia de cadeirantes, e sempre ganha o mesmo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Adeli Sell, a Emenda nº 01 ao PLL nº 120/09. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 14 votos SIM, 01 voto NÃO e 12 ABSTENÇÕES.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, a minha Declaração de Voto vou encaminhar por escrito, mas é simples: votei com o Parecer das Comissões, que foram, todas elas, favoráveis. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Feito o registro, Vereador.

Em votação nominal, solicitada por vários Vereadores, o PLL nº 120/09. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 19 votos SIM, 01 voto NÃO e 06 ABSTENÇÕES.

A Mesa recebe a Declaração de Voto do Ver. Reginaldo Pujol.

 

(O Ver. Mario Manfro assume a presidência dos trabalhos.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3775/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 042/10, que revoga o art. 6º da Lei nº 2.835, de 10 de setembro de 1965, que doa áreas de terra ao Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, VIII, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 29-11-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PLE nº 042/10. (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLE nº 042/10.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, nós temos votado vários Projetos que dizem respeito ao sítio de oito hectares do Grêmio do Ver. Pujol e de tantos Vereadores; de tantos gaúchos e gaúchas. Desta feita, nós estamos fazendo uma modificação, porque essa área foi doada para o Grêmio há muitos e muitos anos. A Lei nº 2835 dizia o seguinte - Ver. Pujol, se eu estiver errado, ajude-me - no seu art. 6º: “A entidade donatária não poderá alienar as áreas doadas por esta lei, e, no caso de sua extinção, reverterão à propriedade do Município, sem ônus para este”. Ora, essa lei vem extemporânea, porque essa modificação deveria ter vindo junto com a lei que diz respeito à Copa do Mundo, votada em dezembro de 2009. Por quê? Porque nós permitimos, nós demos Índice Construtivo para aquela área que não tinha regime urbanístico. Nós permitimos que lá a construção seja de até 73 metros de altura.

Todos nós sabíamos - e sabemos hoje - que, para o Grêmio fazer a sua Arena, conforme a concessão de 20 anos atrás, para haver o alargamento da obra, os oito hectares serão utilizados pela OAS. Nós votamos isso, e, evidentemente, o Grêmio não pode transferir, do jeito que está, essa área para a OAS. Então, é preciso mudar a lei. Está correto o Projeto, só que, na minha avaliação, ele vem atrasado, porque deveria ter vindo junto com a lei. Mas não tenho dúvida de que temos que aprovar, porque o principal nós já fizemos: nós permitimos - o Ver. Pedro Ruas não estava aqui naquela época, V. Exª é conselheiro do Grêmio -, nós colocamos o regime urbanístico na área, sabendo que aquela área, no contrato da Arena do Grêmio, vai ficar com a OAS. A OAS vai construir e vai vender para o mercado.

Portanto, o que o Prefeito está nos pedindo diz respeito simplesmente a uma área que foi doada do Município para o Grêmio, a qual não poderia ser transacionada com terceiros. Vamos imaginar que, se extinguisse o Grêmio, ela teria que voltar para o Município, coisa que nunca aconteceria, não é o caso. O Projeto procede, vou votar favoravelmente, mas entendo, Ver. Pujol, que essa mudança tinha que ter vindo junto com o Projeto que permitiu a transação da Arena do Grêmio. Mas tudo bem, deram-se conta, e, portanto, está-se fazendo a correção.

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu concordo com V. Exª, e V. Exª sabe que mais vale tarde do que nunca. Foi se ver o negócio, o tamanho que ele é, e verificou-se esse problema. Agora eu quero saudar a oposição aqui da Casa, especialmente a Verª Sofia Cavedon, pois a Emenda dá maior tranquilidade para a nossa votação. Futuramente, quando isso ocorrer, vai ter que haver a compatibilização na permuta que irá ocorrer entre o que o Grêmio deixa de ter alienado e o que o Grêmio passa a alienar, que é uma área correspondente lá na área do Humaitá. Então, é seis por meia dúzia, Vereador.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu acho que a Emenda é mais um enfeite no bolo. Vamos respeitar. Para mim não agrega nada, mas vamos votar também na Emenda.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Não há mais quem queira discutir o Projeto. (Pausa.) Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib, a Emenda nº 01 ao PLE nº 042/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 15 votos SIM, 11 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Está rejeitada porque, para a aprovação, é necessário voto favorável da maioria absoluta dos membros da Casa.

Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, o PLE nº 042/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 27 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1225/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 045/09, de autoria do Ver. Waldir Canal, que define obrigações de pequeno valor, para os fins do disposto no § 3º do art. 100 da Constituição Federal, e precatórios judiciários de pequeno valor, para os fins do disposto no § 1º do art. 100 da Constituição Federal, condiciona a redução do prazo a que se refere o § 3º do art. 78 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, assegura prioridade a pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos no pagamento de precatórios de pequeno valor julgados contra o Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Substitutivo nº 01. Com Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto, e pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Substitutivo nº 01 e da Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Substitutivo nº 01 e da Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Substitutivo nº 01 e da Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01.

 

Observações:

- prejudicada a tramitação do Projeto, nos termos do art. 56 do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 28-04-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PLL nº 045/09. (Pausa.) O Ver. Waldir Canal está com a palavra para discutir o PLL nº 045/09.

 

O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, na verdade, a minha intenção não era nem discutir, mas vou fazer, de forma sucinta, um relato do Projeto. Atualmente a Secretaria Municipal da Fazenda paga a qualquer cidadão, independentemente da idade, precatórios cujos valores sejam iguais ou inferiores a 30 salários mínimos. Este Projeto prevê que os créditos decorrentes de decisões judiciais sejam ordenados em classes, por exemplo (Lê.): “I - créditos decorrentes de obrigações de pequeno valor; II - precatórios relativos a créditos de natureza não alimentícia [...]; VI - precatórios relativos a créditos de natureza não alimentícia não incluídos nos incisos anteriores”, etc. O Projeto é bem simples, quer dar celeridade ao pagamento desses créditos a pessoas com 60 anos ou mais. Hoje, paga-se até 30 salários mínimos, que é cerca de 15 mil reais. Nós estamos ampliando para 50 salários mínimos, para idosos, isso chega a 25,5 mil reais.

Em Brasília, eu sei que está tramitando projeto semelhante a este, mas ele está engavetado, e nós precisamos dar celeridade ao processo, porque as pessoas precisam ver satisfeitos os seus créditos, porque a pessoa ganha na Justiça e, às vezes, demora muito tempo para receber aquilo que lhe é devido. Estou apresentando esta proposição e peço aos Vereadores que votem pela sua aprovação. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLL nº 045/09.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Ver. Waldir, é verdade que votamos muitas leis e às vezes não conseguimos aprofundar da maneira que se faz necessária, mas eu fiz uma leitura empírica da matéria e digo a V. Exa e ao Líder do Governo: acho que esta matéria é inconstitucional. Eu acho que esta matéria é inconstitucional, porque como é que eu vou fazer uma lei municipal que é regrada pela Constituição Federal, que tem regramento sobre isso, e dizer: “Olha, abaixo de 50 salários mínimos, os precatórios contra a Fazenda Municipal eu pago”? Vossa Excelência poderia pedir... Eu assumo aqui o compromisso de a gente votar isso até o final do ano. Gostaria de conversar com o Governo, não conversei, faço parte da base do Governo e não recebi a orientação ainda. Agora, eu acho que essa matéria é inconstitucional.

 

O Sr. Waldir Canal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Acredito que V. Exª deva ter visto que o Projeto trata do parágrafo 3º do art. 100 da Constituição combinado com o art. 78 do Ato de Disposições Constitucionais Transitórias, que trata da prioridade, neste caso, a pessoas acima de 60 anos. A Procuradoria também apontou uma possível irregularidade, uma possível inconstitucionalidade, que foi sanada com ajustes feitos dentro do Projeto. A Comissão de Constituição e Justiça analisou o Projeto, ele passou por todas as Comissões desta Casa, e eu gostaria de vê-lo votado hoje. Agradeço a manifestação de V. Exª, mas chamo a atenção para esse detalhe.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Ver. Sebastião Melo, informa o Diretor Legislativo que o Projeto está prejudicado, nós vamos votar o Substitutivo. O Projeto foi, por unanimidade, rejeitado pela Comissão de Constituição e Justiça. Então, está tramitando o Substitutivo.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu estou falando do Substitutivo, estou com ele em mãos. Diz o art. 1º (Lê.): “Ficam consideradas de pequeno valor, para os fins do disposto no § 3º do art. 100 da Constituição Federal, as obrigações que a Secretaria Municipal da Fazenda, as Autarquias e a Fundação devam quitar em decorrência de decisão final, da qual não penda recurso ou defesa, inclusive da conta de liquidação, cujo valor seja igual ou inferior a 50 salários mínimos, independentemente da natureza do crédito”, Ver. Ferronato. E depois (Lê.): “Dar-se-á prioridade ao pagamento dos créditos referentes às obrigações de pequeno valor cujos beneficiários sejam pessoas com idade igual ou superior a 60 anos”. É meritório, não estou discutindo isso; é um mérito excepcional, V. Exª se debruçou nisso, eu não estou discutindo mérito aqui.

Acontece, Ver. Waldir - eu já estou há dez anos aqui na Casa, estou chegando ao final do terceiro mandato -, que esta Casa, às vezes, vota, e depois vêm os vetos. E a gente vê que 50%, 60%, 70% de quem votar a favor depois acompanha o veto do Prefeito - é um desgaste desnecessário para a Casa. Eu estou com muitas dúvidas e convencido de que esta matéria, desta maneira, se for aprovada nesta Casa, será vetada. Faço uma sugestão a Vossa Excelência: quem sabe se conversasse um pouco mais, quem sabe se chamasse aqui o Procurador do Município, que eu acho que é representante para isso, mais o Secretário da Fazenda, assim V. Exª, que tem excelente diálogo com todos os Vereadores e com o Governo, construiria uma alternativa. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 045/09.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras; no Projeto do meu querido companheiro Ferronato, eu aleguei a inconstitucionalidade por convicção, pura convicção! Eu, no Projeto do nobre Ver. Ferronato, pautei-me pela inconstitucionalidade por convicção plena. Já, em relação a este Projeto, estou convicto de que há constitucionalidade, porque há uma lei federal que diz que o Governo Municipal pode legislar de forma concorrente, ou seja, pode haver uma parceria. E acho que o mérito também é extremamente importante. Quem mais necessita não é aquele que tem um pequeno valor; é evidente que isso é uma necessidade maior, fica mais fácil também para a municipalidade pagar. Eu sempre defendi que os Governos deveriam fazer um esforço muito grande para pagar, porque dessa maneira é um dinheiro que está entrando na sociedade; entrando na sociedade, vai gerar novos impostos e vai poder pagar outros pequenos precatórios. Portanto, é uma positiva roda-viva: vai girando e gerando renda, gerando impostos. Na minha opinião, o Município pode legislar de forma concorrente; portanto, voto favoravelmente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Está encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 045/09. (Pausa.) O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 045/09.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, acho que a matéria é bastante importante para a cidade de Porto Alegre. Anda bem o Ver. Waldir Canal quando propõe um Projeto desta natureza, e, juridicamente, sobre aquilo que se está debruçando agora, está certa, na minha visão, a posição de V. Exª, ou seja, é possível ao Município legislar. Até para dizer aquilo que acredito que precisa ser dito, meu caro Vereador, a única questão é: se a Câmara poderia aumentar de valor essa definição, poderia, talvez, ser iniciativa do Prefeito, mas, mesmo assim, eu voto favorável. Acredito que o Prefeito vai tomar a sua decisão se concorda ou não, e acompanho o Ver. Adeli Sell com relação à importância desta matéria, de se colocar mais recursos na economia. E há outra importância maior ainda, que é a idade de 60 anos como prioridade.

Acredito que nós, Vereadores, podemos e devemos votar favoravelmente o Projeto, porque com isso nós estamos demonstrando a vontade da Câmara no sentido de que, em primeiro lugar, se aumente o valor e, em segundo lugar, de que seja dada prioridade às pessoas com mais de 60 anos. Então o meu voto é favorável, conscientemente; acredito que é um bom Projeto para a Cidade.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 045/09.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, tudo o que nós votamos aqui, Ver. Mauro Pinheiro, temos que votar com absoluta certeza. Eu dei parecer, na Comissão de Constituição e Justiça, contra o Projeto, mas validei o Substitutivo. Logo depois disso, eu recebi - aliás, foi o Ver. João Antonio Dib quem recebeu - uma manifestação da Secretaria Municipal da Fazenda, dizendo da inadequação de uma parte do texto, que acaba não possibilitando aquilo que quer o Ver. Waldir Canal. Eu não sei se o Ver. Waldir Canal concorda comigo, mas eu gostaria de pedir o adiamento da votação deste Projeto por uma Sessão só, para que a gente possa verificar esse texto, que me chegou agora, eu não pude nem analisá-lo. Quem está aqui se manifestando é a Secretaria Municipal da Fazenda, e, como nós temos a possibilidade de adiar a votação deste Projeto por uma Sessão, eu pediria, Ver. Waldir Canal, que a votação fosse adiada para que todos nós pudéssemos analisar melhor a questão.

 

O Sr. Waldir Canal: Eu agradeço a manifestação de V. Exª, mas gostaria de deixar registrado que a Secretaria da Fazenda já tem conhecimento do Projeto. Ela não está à margem, ela conhece o teor do Projeto. Como eu não tenho conhecimento do conteúdo do texto, gostaria de saber sobre o que ela se manifestou.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu também recebi uma cópia agora do Ver. João Dib, vou repassá-la a Vossa Excelência. Eu já havia dado o meu parecer na Comissão de Constituição e Justiça e não havia visto nenhuma inconstitucionalidade, mas os técnicos da Fazenda estão fazendo aqui uma observação. Como eu acho que a gente não deve votar nenhum Projeto sobre o qual paire qualquer dúvida, porque isso fica ruim, eu pediria que a gente possa adiar a votação por uma Sessão, pois aí dá tempo de eu fazer toda essa verificação, e, na quarta-feira, com certeza, nós votaremos o Projeto.

 

O Sr. Waldir Canal: O Presidente é quem decide agora.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Vereador-Presidente, eu peço que a Diretoria Legislativa prepare um Requerimento, para a gente poder adiar por uma Sessão a votação deste Projeto e aí verificar o que contém este documento enviado pela Fazenda. Era isso, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz, que solicita adiamento de votação do PLL nº 045/09 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3769/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 040/10, que ratifica Protocolo de Intenções, com a finalidade de instituir o Consórcio Público da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (CP-GRANPAL).

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Mauro Zacher: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM em 13-12-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PLE nº 040/10. (Pausa.)

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, eu gostaria de pedir um esclarecimento. Hoje, na Reunião de Mesa e Lideranças, houve um debate a respeito da redação de um Projeto de Lei que trata, em determinados artigos, de uma suposta autarquia, quando, de fato, está se discutindo um consórcio público. O Líder do Governo, o Ver. João Antonio Dib, pediu esses esclarecimentos também e disse que os traria para o Plenário antes da votação do referido Projeto.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, nós verificamos com o Executivo, fizemos uma verificação completa, e não há objeção, pode ser votado, não há problema.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. André Carús está com a palavra para discutir o PLE nº 040/10.

O SR. ANDRÉ CARÚS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; o Projeto em discussão, na verdade, ratifica a criação do consórcio público promovido pela Granpal. Muito embora a Verª Fernanda Melchionna tenha essa arguição consequente com relação à redação, que já foi esclarecida pelo Líder do Governo, é importante que se destaque o mérito da proposta oriunda do Poder Executivo, é algo que vem a esta Casa para ratificação. Os Municípios brasileiros, em especial os grandes centros urbanos, dada a dificuldade crescente que se tem com o cumprimento efetivo do Pacto Federativo, acabam tendo que recorrer a medidas alternativas, exatamente para que possam executar, efetivamente, as políticas públicas, sobretudo nas áreas mais sensíveis, que são as áreas da Educação, Saúde, Saneamento e Segurança. Por ter participado de inúmeros debates que dizem respeito ao municipalismo, inclusive dentro da própria Granpal, que é uma entidade filiada à Famurs, a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul, que vem debatendo esse tema ao longo do tempo, acredito que a parceria que está sendo firmada a partir da aprovação desta matéria, de Porto Alegre com os demais Municípios da Região Metropolitana, com alguns que já estão na região do Litoral Norte, trará benefícios objetivos para a Cidade.

Nós temos uma prova concreta da crescente concentração de recursos na União, o que dificulta o acesso, muitas vezes, dos Municípios a verbas e a emplacar projetos importantes nas áreas mais sensíveis, e citei anteriormente o possível Veto do Presidente da República à Emenda da redistribuição dos royalties do Pré-Sal. Aqui me dirijo aos Vereadores da Bancada do PT desta Casa: não acredito que neste momento, quando o Brasil tem condições verdadeiras de estabelecer uma justiça tributária - a primeira desde o advento da Constituição Federal de 1988 -, nós, com essa aprovação, que foi feita duas vezes pela Câmara dos Deputados e uma pelo Senado Feral, ou seja, o Congresso Nacional jamais tomou posição diferente, tenhamos que conviver ou aceitar passivamente, embora ainda não confirmado, o Veto na redistribuição dos royalties. Ganham não só os Municípios do Rio Grande do Sul, mas boa parte dos Municípios brasileiros com essa redistribuição.

Num futuro não muito distante, talvez não tenhamos que aqui ratificar esses consórcios e outras medidas, que são importantes, mas são alternativas, exatamente porque não se tem justiça tributária, porque não se cumpre o Pacto Federativo. Os Prefeitos principalmente dos Municípios menores têm que passar o Congresso Nacional inteiro de pires na mão, recorrendo a emendas parlamentares e muitas vezes a favores escusos para garantir verbas à execução de seus projetos. Então, acredito que esse consórcio e outras iniciativas que signifiquem parcerias em favor dos Municípios, que signifiquem mais recursos para os Municípios, que signifiquem mais investimentos em áreas fundamentais como Educação, Saúde, Habitação - o déficit habitacional em Porto Alegre e na Região Metropolitana é imenso -, vêm, sim, indiretamente, como um apelo para que se rediscuta, para que se reafirme a necessidade do cumprimento, por parte da União, do Pacto Federativo; para que se tenha, dentro dos Municípios, mais recursos e mais condições de execução de políticas públicas principalmente para aqueles que mais precisam.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 040/10.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras que nos assistem pelo Canal 16, recebemos o Projeto de Lei do Executivo que ratifica o Protocolo de Intenções com a finalidade de instituir o consórcio público da Granpal. Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o Presidente Lula tomou a iniciativa de enviar ao Congresso Nacional, entre outras, duas leis importantíssimas no ano de 2007: uma é a Lei Nacional do Saneamento Ambiental; a outra é a Lei dos Consórcios, uma lei federal que institui a organização de consórcios públicos entre entes do mesmo nível, do nível diferente dos entes federados - pode ser entre Municípios, entre Município e Estado, entre União, Município e Estado, há as mais diversas possibilidades e arranjos.

Isso é, sem dúvida, um preenchimento importantíssimo na organização institucional dos entes federados, porque havia vazios que não eram preenchidos. Vou citar dois casos que são demandas presentes e inadiáveis: a questão dos resíduos sólidos metropolitanos, os aterros sanitários, em particular. Esse é um típico caso de demanda consorciada, pois as dificuldades, a escala, a orientação apontam para a necessidade da congregação, às vezes, de vários Municípios e até do Estado. Uma questão mais prática: vamos falar aqui da Vigilância Sanitária, agora que vamos ter os casos de dengue. É possível instituir consórcios da Vigilância Sanitária que integrem ações e serviços nas áreas metropolitanas ou entre várias cidades não metropolitanas, mas que sozinhas não têm escalas para produzir equipes, grupos de trabalho ou serviços para combater esse tipo de questão. Poderíamos citar ainda a questão de hospitais consorciados, equipamentos de saúde, iniciativas, laboratórios.

Então, temos que considerar um avanço muito expressivo para a cidadania e da governança, com iniciativas possíveis de ocupar um vazio que havia e que não estava contido nem na Federação, nem no ente Estado, nem no ente Município. Mas, dessa forma, viabiliza-se outro conjunto de serviços, de ações, de articulações e de obras que antes não eram previstas, não eram abarcadas pelas instituições existentes. É uma iniciativa que tem de ser apoiada, é importante, ela pode dar conta e resposta de várias demandas que até então estavam no limbo, ou não eram possíveis de serem contempladas porque não havia uma possibilidade de institucional desse tipo.

Nessa direção, manifesto o meu apoio à ideia, à iniciativa; ela é boa, ajuda a avançar, e o alcance é praticamente ilimitado. O consórcio pode auxiliar os Municípios. Para ser consorciado, tem que ser mais de um ente do mesmo nível federativo, Município a Município, ou pode ser Município-Estado, enfim, todas as arquiteturas são possíveis para o bem da sociedade. Então, manifesto o meu apoio ao Projeto. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLE nº 040/10.

(O Ver. Nelcir Tessaro reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, os dois Vereadores que me antecederam na tribuna, Carús e Todeschini, já deram o tom da discussão. Eu diria especialmente a esses dois Vereadores que estamos muito atrasados nessa área metropolitana, Verª Sofia. Eu participei, no mês passado, de um congresso internacional promovido pela Prefeitura de Canoas, sob a liderança de Jairo Jorge, que hoje preside a Granpal, entidade que congrega os doze Municípios do entorno da nossa Capital, Ver. Cecchim.

Eu gosto muito de traduzir em exemplos. Todas as vezes que tem que limpar o arroio Feijó, o Diário Gaúcho faz, no mínimo, dez matérias, Ver. Paulinho Rubem Berta, para saber de quem é a competência de limpar o arroio, se de Alvorada ou de Porto Alegre. Isso tem que acabar! As pessoas moram na Região Metropolitana. O primeiro consócio que tem que se estabelecer é o de planejamento. A nossa Metroplan, Ver. Carús, está caindo aos pedaços. É uma entidade de 1974, os seus quadros foram findando, os Governos não renovaram concursos, a “cecezada” foi chegando por acordo político, sem nenhum conhecimento técnico. Se hoje perguntarmos à Direção da Metroplan, Ver. Brasinha: “Onde, daqui a dez anos, haverá uma área destinada para os resíduos do lixo da Grande Porto Alegre?” Nós saberemos que não há. Qual é o projeto integrado que há para tratamento de esgoto? Porto Alegre vai elevar para 80%, mas o Guaíba é formado por cinco rios. Se eu não tratar os esgotos dos afluentes do Guaíba, desculpe-me, o resultado será pífio.

Por que não há um Prefeito metropolitano? Porque nenhum Governador vai abrir mão de poder. Mas o correto seria ter um Prefeito metropolitano, um Prefeito que vá olhar as grandes obras metropolitanas e diga: “A RS-10 chega atrasada”. Por exemplo, como é que vou fazer com o trânsito nesta Cidade e na Grande Porto Alegre? Porque, daqui a dez, trinta anos, vai duplicar o número de automóveis, e não há nenhum projeto para o futuro.

 

O Sr. Idenir Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado, Ver. Sebastião Melo. Vossa Excelência toca num assunto importante que existe em todo o mundo. Eu estive há poucos dias na Itália. A Itália tem a regione, a região. O que V. Exª está dizendo aqui já está se aplicando nos países mais desenvolvidos com essa visão de região. A Região Metropolitana, a Região das Hortênsias... Existe um poder, existe uma coordenação. No caso, lá são os Governos das regiões. Existem as províncias, as regiões, as comunas. Então, V. Exª está com toda a razão, nós temos que começar a olhar a Região Metropolitana e as regiões que têm identidades, que trabalham em conjunto. Parabéns pelo discurso.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Obrigado.

Vou continuar nesse diapasão. Vejam o seguinte: hoje, 30% dos ônibus que chegam ao Centro de Porto Alegre - Ver. Dib, que foi Prefeito desta Cidade na década de 80 - são oriundos de Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Viamão, Guaíba; eles chegam com 30%, 10% de preenchimento da sua capacidade. Há esses trambolhos no Centro da Cidade, transformando o Centro na maior rodoviária aberta de todo o mundo. Isto, sim, Ver. Mauro, tem que ser enfrentado.

Se o nome é consórcio, não dá para fazer uma obra... Ver. Cecchim, V. Exª é Vereador de Porto Alegre, mas tem uma atuação muito forte na Zona Norte, vizinho da Dona Alzira: no Governo do Olívio Dutra, gastaram 14 milhões para fazer uma obra que tinha por finalidade a integração da passagem da Grande Porto Alegre, algo que se transformou num “paradão”, porque não conversaram com os outros. Então, isso tem que acabar. O Aécio Neves, apontado como um grande Governador reeleito, fez uma coisa em Minas Gerais, e lá é onde está melhor. Lá em Belo Horizonte, nenhuma cidade da Região Metropolitana faz mudança no Plano Diretor sem conversar com o vizinho do lado.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Sebastião Melo continua a discutir o PLE nº 040/10 a partir deste momento por cedência de tempo do Ver. Paulinho Rubem Berta.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Muito obrigado, “prefeito” Rubem Berta.

O que fez Aécio Neves? Aécio Neves chamou o Prefeito de Belo Horizonte, os Prefeitos dos 31 Municípios da região, e eles formataram uma agência de desenvolvimento. O Governador coloca recurso pesado do Governo do Estado: foi ao Ministro Márcio Fortes, buscou recursos do Ministério das Cidades, e eles estão patrocinando algumas dezenas de obras que são comuns. Quer dizer, quando começo a tratar o esgoto de um arroio que cruza três cidades, essa obra não é só de uma cidade!

De uma forma ou de outra, ou por quem trabalha, ou por quem sai por outras razões, o inferno da BR-116 é o inferno de todos nós. Quando você tem que chegar em Novo Hamburgo às 19 horas, você tem que sair de Porto Alegre às 16 horas. Por que isso? Porque os Governos, há trinta anos, Ver. Todeschini, não fizeram o “dever de casa”. Porque projetos como esses... Eu acho que maioria deles têm que ser público-privados, por isso eu acho que o Governador Tarso, que vai pegar já aprontado pela Governadora Yeda, tem que abraçar a RS-10. São 150 mil veículos naquele eixo de Cachoeirinha, todos os dias. Como eu também acho que a ponte do rio Guaíba não pode levar seis, sete, oito anos. A Cidade não aguenta mais isso. Se tiver que ser público-privado, que seja. Aliás, parece que até então o PT parou com essa coisa, até porque a lei é do Governo Lula. A Parceria Público-Privada não é um bicho de sete cabeças, Ver. Cecchim. Se fosse apenas com dinheiro público, o Camelódromo jamais existiria nesta Cidade, jamais!

Então, eu acho que é um passo tímido. Ver. Adeli, V. Exª, eu e mais uma dezena de Vereadores buscamos aqui, por dois anos, o ato de convencer o Prefeito Fogaça, os Prefeitos da grande Porto Alegre e as Câmaras de Vereadores que está “caindo de madura” a constituição do Instituto do Planejamento Metropolitano - Instituto Metropolitano. Sabe como, Ver. Pujol? Vamos botar dinheiro público, majoritariamente, porque entendo que não se pode dar para a empresa privada o controle do planejamento, mas não tem por que não ter dinheiro privado! Tem de ter as universidades. Tem de ter mandato; para que não chegue o Governador e diga: “O senhor pertence ao Partido tal, o senhor vai embora”. Vai lá em Curitiba ver! Entra o Prefeito que entrar, do Partido que for, os técnicos vão dizer: “Prefeito, o senhor pode fazer se quiser desse jeito, mas nós viajamos para Barcelona, nós fomos a Brasília, nos fomos a Goiânia e nós estamos apresentando para o senhor que, neste caso, o melhor caminho é esse. O senhor faz a opção política dentro das construções técnicas”.

Eu diria que o instrumento de planejamento urbano seria, na minha avaliação, a primeira coisa que se deveria fazer. E, se não querem fazer concurso para tanta gente, Ver. Adeli, botem, dentro do Instituto, funcionários das mais diversas Prefeituras - de Canoas, de Porto Alegre, de São Leopoldo -, criem uma entidade que permita fazer contratações pontuais de questões como pesquisa, qualquer tipo de pesquisa. Eu não tenho que fazer concurso para pesquisador; eu contrato, pago a pesquisa e a utilizo!

Então, quero dizer que não é o suficiente; é o possível. Portanto, votarei com louvor, porque estou convencido, há muitos anos, de que a segurança, de que a vida das pessoas, de que o esgoto, de que o emprego, de que a mobilidade urbana não terminam nas pontes, nos rios, nos riachos, nos arroios que dividem as nossas cidades. Só vamos ter uma cidade melhor para se viver se melhorarmos a vida metropolitana. Por isso vamos votar favoravelmente e na expectativa de que o Prefeito Jairo Jorge, que está comandando a Granpal, tenha essa visão. Ele se reuniu com o Governador, o João Carlos Brum Torres estava com ele, eu estive em uma das reuniões. Estou convencido de que o Prefeito Jairo Jorge e o Governador Tarso liderarão o processo e darão outra visão à Região Metropolitana.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 040/10.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, o Ver. Sebastião Melo gosta de instigar, e eu quero dizer que isso é muito bom, porque eu posso dizer algumas coisas aqui. A Parceria Público-Privada iniciou com o Governo Lula. Antes do Governo Lula, não foram capazes de fazer Parceria Público-Privada; muito pelo contrário, deram, de mão beijada, as empresas públicas para a iniciativa privada, como as telefônicas de quinta categoria, e agora nós temos que aturar a Claro Digital aqui, que não pega nada: nós estivemos ontem na Zona Sul de Porto Alegre, em uma reunião, e ficamos sem sinal. Parceria Público-Privada para o bem da Nação, do Estado e do Município, nós queremos, Vereador!

 

O Sr. Sebastião Melo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vossa Excelência, que eu conheço, não quer o retorno de pagar quatro mil reais de aluguel por mês pelo telefone? Vossa Excelência não quer que a empregada doméstica, que o pedreiro tenham telefone, porque, se nós tivéssemos aquele modelo, ninguém teria telefone!

 

O SR. ADELI SELL: Claro que não; eu só acho que o negócio foi malfeito. Eu quero, sim, que meu telefone celular funcione; quero, sim, que o 3G tenha sinal. É claro que não quero a CRT com incompetência, com CCs “saindo pelo ladrão”; não quero a CRT corrupta, como alguns órgãos públicos foram corruptos, não! Eu quero este Brasil transparente, e que se possam fazer Parcerias Público-Privadas, sim, como o Governo Lula propôs. Eu votei aqui na Parceria Público-Privada, está nos Anais desta Casa. Acho que é um estatuto correto; na cidade de Rosário, na Argentina, em que as Parcerias Público-Privadas ajudam o povo, que tem acesso à orla do rio Paraná, não há nenhum problema.

Quanto aos consórcios da Granpal, quero dizer que os países, os municípios, as regiões metropolitanas da Europa Central já resolveram esse problema; elas fazem grandes consórcios, inclusive na Espanha há um estatuto superior ao que nós temos aqui, em que a Parceria Público-Privada é mais avançada e os consórcios são efetivamente metropolitanos, porque uma cidade, Ver. Todeschini, não pode permanecer isolada.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Lei do Presidente Lula, de abril/maio de 2007.

 

O SR. ADELI SELL: Perfeitamente. Portanto, nenhum óbice à Parceria Público-Privada, nenhum óbice aos consórcios. Votamos com o Governo Municipal toda proposição que for para beneficiar o povo desta Cidade, que ajude a Região Metropolitana. Eu propus aqui - quero continuar neste mesmo diapasão - um consórcio metropolitano para enfrentar as questões das mudanças climáticas; um fórum, um consórcio de ações concretas para resolver o problema do lixo, para não termos o problema que tivemos no aterro Santa Tecla, para que não tenhamos que levar o lixo até Minas do Leão. Que a gente possa resolver essa questão criando mecanismos de utilização do próprio lixo para gerar energia. Essa tem que ser uma postura ousada, avançada, determinada. Que a Região Metropolitana possa se orgulhar de ter menos carros circulando, com mais transporte coletivo de qualidade, para que as ações de saúde sejam de compartilhamento, e não como hoje, em que as pessoas são jogadas nos nossos hospitais em Porto Alegre porque não tem atendimento, não tem relação nem dos Municípios da Região Metropolitana.

Portanto, a proposta que nos traz o Prefeito Fortunati terá o nosso apoio, tem o nosso apoio. Nós vamos continuar neste mesmo trilho, nesta mesma posição: em relação a todas as atividades que vierem da municipalidade que ajudem a cidade de Porto Alegre, nós seremos agentes diretos, base expressiva do Governo. Mas, se a Cidade continuar suja, toda vez que tiver a incompetência da SMAM, se continuar a incompetência que há na SMOV, com as calçadas quebradas, esta Bancada apresentará oposição sim - tem oposição! Se colocará contra, Ver. Dib, ao processo de desdém com a Cidade, à falta de um olhar para a cidadania. É por isso que nós, naquilo que for positivo, como no consórcio metropolitano, votamos “sim”, mas, naquilo que for negativo, votamos “não”. Ao lado do povo, estaremos sempre, de dia, de noite, de madrugada, todos os dias do ano. E que 2011, que se aproxima, seja um grande ano de debates aqui, mas sempre em benefício do povo. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Lembro a todos que no próximo dia 20, às 18h, teremos a nossa confraternização, aqui no saguão, com todos os colegas, funcionários e Vereadores. Estão todos convidados.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLE nº 040/10.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu aguardei algumas informações que hoje, em Comunicação de Líder, ficaram de nos transmitir. Mas, pessoalmente, o Líder do Governo, que tinha oferecido algumas objeções não direcionadas ao objetivo, mas à forma como ele estava expresso, tranquiliza-nos ao afirmar que a matéria merece aprovação, como de resto todos os Vereadores que vieram a esta tribuna assim têm se referido. Em verdade, na legislação municipal de Porto Alegre, estamos enfrentando uma figura nova: a figura do consórcio regional. Figura nova para nós aqui na cidade de Porto Alegre, Ver. Mauro, porque, neste Rio Grande afora, inúmeros consórcios têm-se organizado, Ver. Oliboni, inclusive para a área de Saúde Pública. Os pequenos Municípios tendem a se agrupar para enfrentar algumas situações, especialmente porque grande parte deles pertenceu, no passado, a dois ou três Municípios ditos “mães”, e dali foram se fracionando, gerando duas, três dezenas de Municípios.

Agora, eu observo que este é um convênio metropolitano por excelência, na medida em que reúne quase todos os Municípios que compõem a Região Metropolitana. Esse consórcio, se não reúne a integralidade da Região Metropolitana, alia o que nós costumamos chamar de Grande Porto Alegre, isto é, a região de Alvorada, Canoas, Glorinha, Nova Santa Rita, Sapucaia do Sul, Cachoeirinha, Esteio, Gravataí, Santo Antônio da Patrulha e Viamão. Todos eles - alguns grandes como Canoas, outros pequenos como Nova Santa Rita -, identificados entre si, pertencem à mesma bacia hidrográfica, à mesma região geofísica.

A Fundação de Planejamento Metropolitano, há mais tempo, quando assim se constituiu, oriunda que foi do antigo GERM, ou seja, do Grupo Executivo da Região Metropolitana, nasceu com esta finalidade, Ver. Sebastião Melo: promover o planejamento regional, ensejando que várias atividades das aqui alinhadas, entre as quais o transporte coletivo, pudessem ser tratadas de forma integral em toda a Região Metropolitana. Lamentavelmente, por razões que não vão ser objeto de especulação neste momento, a Fundação de Planejamento Metropolitano faz de tudo menos planejamento. Eu já vi a Metroplan calçando rua, colocando rede de esgoto, construindo escola, fazendo as mais diversas atividades possíveis de serem realizadas por um órgão de fim e não por um órgão de planejamento. Na medida em que hoje ela já está fazendo obras no Litoral do Estado do Rio Grande do Sul, cada vez mais ela reduz a sua capacidade de planejamento.

Então, o consórcio que surge agora, somatório que é do esforço de vários Municípios, é um passo avançado que se dá pelo enfrentamento regionalizado dos problemas vivenciados aqui nesta bacia hidrográfica. Há mais tempo, já se falava da conveniência de termos um quarto ente da Administração Pública, que seria a Região Administrativa. O Ver. Cecchim trouxe o exemplo da Itália, mas é algo absolutamente inaplicável aqui para nós, pois a Itália sozinha é o Estado do Rio Grande do Sul; nós somos um País continental. O Rio Grande do Sul tem as suas peculiaridades e, por isso, deve administrá-las, e essa nossa região geoeconômica é uma região que tende a ser complementar. Ontem, eu ouvia, Ver. Mauro, uma colocação até hilária, dizendo que Canoas foi, por muito tempo, a cidade-dormitório de Porto Alegre, mas que hoje Porto Alegre é a cidade-dormitório de Canoas, porque as atividades industriais e empresariais estão localizadas lá em Canoas ou no Vale dos Sinos, ou em Gravataí, e as pessoas continuam morando aqui em Porto Alegre. A homogeneidade dos vários Municípios recomenda esse planejamento conjunto e até autoriza, Vereador-Presidente, que, em determinadas circunstâncias, se pense na realização de obras conjuntas como absolutamente consequente dentro da regionalização do processo que a Granpal procura induzir através do consórcio, em um grande passo que se dá a favor da efetiva integração metropolitana. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 040/10.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Projeto que ratificaremos, no sentido do diálogo entre os Municípios da Região Metropolitana, receberá - este é o comentário que quero fazer aqui - um importante reforço e uma prioridade estratégica do Governo do Estado, do Governador eleito, Tarso Genro, Verª Fernanda. Tanto que, durante a campanha, houve o lançamento do programa para a Região Metropolitana. Dentro do conjunto das políticas que Tarso apresentava como propostas de seu programa de Governo, nós produzimos um recorte, discutindo com os Municípios, com as instituições, Ver. Todeschini, um recorte específico para a Região Metropolitana e um compromisso de constituição de um comitê, de um destaque ou de grupo de trabalho junto ao Conselho Estadual de Desenvolvimento, ao CEDES, que será um Conselho muito valorizado pelo Governador, como um espaço de mediação. Ali também haverá um grupo dedicando atenção especial à Região Metropolitana, porque é, com certeza, a região mais conflituada, conflagrada, da qual, se não houver políticas consensualizadas e planejadas coletivamente, nós não superaremos as dificuldades. E vai do tema da Segurança - a Região Metropolitana é a mais atingida pelo problema sério de presídios, de ação de Polícia Militar, de ação integrada da Brigada e Polícia - a toda a ordem de problemas nessa área, que se acentuam nesse grande conglomerado de cidades.

Mas eu quero chamar a atenção para alguns temas que foram para esse recorte da Região Metropolitana. Um deles é o tema do Delta, Ver. Dib. Eu tenho muito orgulho porque o Governador se comprometeu com o Delta do Jacuí, o Plano de Manejo do Parque, o reassentamento das famílias de área de risco, a regularização de quem está, Ver. Beto Moesch, em área que é possível regularizar, que a APA já determinou. E só vai acontecer, de fato, com o diálogo entre várias Secretarias, Governo Federal, Governos Municipais - Canoas está envolvido e Eldorado do Sul. Então, ou o Estado articula isso no diálogo entre o conjunto dos Municípios ou não acontece, porque precisa de planejamento, precisa de recursos e precisa da ação integrada do conjunto dos Municípios, que foi consagrado nesse recorte da Região Metropolitana.

E nos chama a atenção um outro tema - o Ver. Sebastião e todos os que me antecederam chamaram a atenção para vários: o problema da educação, do Ensino Técnico, do acesso à formação técnica e tecnológica aqui na Região Metropolitana é estratégico. Nós temos belos exemplos. Nós temos a Escola Parobé, que tem 4,6 mil alunos e que atende toda a Região Metropolitana, Ver. Dib, e há uma série de qualificações para serem realizadas no prédio, nos cursos. Eu recebi a Direção do Parobé na semana passada e fui informada de que recursos federais ficaram, por um ano, aqui na conta do Estado, sem que pudessem ser utilizados no desenvolvimento de projetos e que eles abririam a possibilidade, hoje, de o Parobé ser um centro de referência, portanto de ter turmas de cursos técnicos em escolas de Ensino Médio espalhadas na Região Metropolitana. Nós sabemos o drama da juventude concentrada nesta Região, que precisa de qualificação e de alternativas.

Eu queria dar essa dimensão, poderia falar da situação de rua, que tem muito a ver com a Região Metropolitana, da questão da habitação. Então, a essência do trabalho do novo Governo, que vai ser de transversalidade, de articulação das Secretarias em torno de projetos, dará, com certeza, privilégio à Região Metropolitana. Então, acho que nós ratificando, fortalecendo esse consórcio, entramos num tom do que será o novo Governo, com certeza, vinculado e articulado com as políticas do Governo Federal. Acho que Porto Alegre só tem a ganhar trabalhando dessa maneira, porque a Capital e muita gente da Região Metropolitana aqui trabalha, desloca-se para cá, e há problemas de infraestrutura para isso acontecer, de transporte, há problemas sociais. Então, Porto Alegre precisa desse diálogo fortalecido com todos esses Municípios.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLE nº 040/10.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, eu venho à tribuna com muito mais questionamentos que certezas. Fui antecedida pela maior parte dos colegas, parece-me que um tema tão importante sobre a inter-relação e as políticas conjuntas da Região Metropolitana de Porto Alegre, no mínimo, teria que ter sido melhor discutido. O Projeto, enviado em 18 de outubro deste ano, não contou sequer com uma audiência pública com a presença de representantes dos Legislativos dos Municípios, não contou com um debate mais apurado com todos aqueles que podem ser beneficiados pelo consórcio. Evidentemente, muitos dos Líderes partidários que me antecederam tiveram contato com os seus Partidos e, portanto, debateram esse tema anteriormente. Mas parece-me que o Legislativo deveria ter feito uma audiência pública sobre esse tema para, de fato, atacar os problemas da Região Metropolitana e, evidentemente, encontrar as soluções conjuntamente.

Algumas soluções são bem práticas, Verª Sofia, que esteve na equipe de coordenação do futuro Governador Tarso Genro, que certamente deve conhecer o problema brutal que temos na Região Metropolitana, que é o transporte coletivo: são estações vencidas, o monopólio das empresas de ônibus cobram preços absurdos, há longas filas de espera e a falta de controle do Poder Público. Aliás, a Agergs tornou uma prática a captura, como é chamada entre os economistas, justamente o órgão que deveria regular o setor e atentar para os interesses dos usuários.

Outro tema que nos parece fundamental na Região Metropolitana e que foi citado pelos nossos colegas é o problema do saneamento. Nós, na Região Metropolitana de Porto Alegre, temos um dos menores índices de saneamento do Brasil, comparado com outras regiões metropolitanas: o segundo pior índice do Brasil. Entretanto, nesse caso, falta vontade política de muitos Governos que não gostam de fazer obras “enterradas”, porque para eles não dá voto; de fato, temos que debater muito seriamente o problema da mortalidade infantil, que pode ser atacada com uma política séria de saneamento básico.

Nós, para discutirmos a solução dos problemas da Região Metropolitana, temos que discutir a questão dos pedágios, lembro que, quando a Governadora quis entrar para o Governo Federal, foi criticada e muito bem criticada por todos nós. Parece-nos que agora a solução para vários trechos pedagiados, mais uma vez, é manter os contratos federais com as concessionárias, que cobram um absurdo em estradas de péssima qualidade, esburacadas, etc. O que mais me chama atenção, e eu confesso para vocês que acho que tem que ser foco deste debate, é a questão da fiscalização. O Projeto, Ver. Cecchim, abre a possibilidade para que, no consórcio, primeiro, sejam pegos empréstimos nacionais e internacionais; os Municípios poderão repassar dinheiro do Orçamento para o consórcio da Granpal; há possibilidade de acordos ou contratos celebrados com entidades, organismos, empresas, públicos ou privados, nacionais, internacionais; de recursos oriundos da alienação dos bens de cada Município, que podem ser objeto de vários projetos, sejam as políticas públicas, seja a licitação de obras, serviço, publicidade - está escrito no Projeto -, compras, alienação, concessão, permissão.

Ora, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, nós estamos no Legislativo, que tem a responsabilidade de fiscalizar o Executivo e que sequer teve a capacidade de fazer a CPI da Saúde; nós, agora, estamos lutando para que haja CPI na Secretaria Municipal de Juventude, que é um dever nosso com a cidade de Porto Alegre. O Projeto sequer prevê - sequer prevê! - quem fiscalizará todos esses recursos. Sequer prevê qual vai ser a transparência, o controle social, a possibilidade de banir a corrupção, que nós sabemos que se espalha pelo nosso País, e, justamente, nas licitações, nas Parcerias Público-Privadas, é que encontramos o maior foco de proliferação.

Nós somos eleitos para representar o Município de Porto Alegre. Como a Câmara Municipal poderá fiscalizar um órgão que atinge onze Municípios e que, teoricamente, pelo Regimento e pela Lei Orgânica, não é da sua alçada? Como nós podemos abrir tantas margens, sem termos e sem prevermos alguma fiscalização? Acho que nós temos que discutir muito seriamente esse assunto, e vocês sabem: nós do PSOL não temos o costume de dar cheque em branco.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni Proença está com a palavra para discutir o PLE nº 040/10.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, quase todos os Vereadores que me antecederam nesta tribuna louvaram a finalidade dessa lei. Eu acho que ela tem um mérito indiscutível quando estabelece consórcios entre os Municípios da Região Metropolitana e, principalmente, Verª Fernanda Melchionna, pelos benefícios que pode trazer para Porto Alegre. Não há nenhuma atividade na Região Metropolitana que não cause algum impacto na cidade de Porto Alegre, principalmente porque Porto Alegre é a Capital de todos os gaúchos. Diz o art. 6º do Projeto de Lei (Lê.): “Fica o Município de Porto Alegre autorizado a firmar contratos de Gestão Associada com a GP-Granpal, visando à gestão associada de projetos e programas de desenvolvimento integrado nas áreas de infraestrutura [...]”.

Nós temos um colapso, praticamente, na BR-116; nós tivemos uma pequena melhoria na Estrada RS-40, que liga a Viamão; nós temos que intervir nas transversais da RS-118 e outras. Tudo isso teria sido muito mais fácil, muito mais rápido e já estaria pronto se tivesse sido feito nos moldes de consórcio, e não se aguardando anos e anos por uma composição entre Governo Federal e Governo Municipal, algo de difícil costura. Com os consórcios, certamente, teremos mais celeridade nessas obras e nessas ações. Muito mais do que isso, nós temos impactos na educação de Porto Alegre pela busca e procura de universidades aqui na Cidade, até de escolas, gerando, de novo, problemas e transtornos no transporte coletivo, engarrafamentos e no uso da infraestrutura. Temos problemas no meio ambiente - o Ver. Beto Moesch sabe bem disso -, não há atividade de descuido ou de falta de zelo no meio ambiente no entorno de Porto Alegre que não atinja a nossa Cidade. Nós tivemos, agora, um problema com o Rio dos Sinos, pois, na semana passada, embaixo da ponte do Guaíba, o índice de oxigênio era zero, Ver. Beto Moesch, por um problema ocorrido lá no Rio dos Sinos. Portanto, sofre muito a cidade de Porto Alegre com o descuido com o meio ambiente.

A Verª Sofia Cavedon, que me antecedeu, manifestou-se a respeito do Delta e das ilhas. Está coberta de razão, nós temos lá uma civilização subumana, poderíamos dizer assim, que não tem direito à propriedade. Alguns dizem que eles não podem se estabelecer ali, mas, a partir da APA, podem, entretanto não há ainda nenhum regramento. E isso é preciso ser feito em um consórcio de Municípios. Nós temos problemas com a saúde, talvez seja o maior problema que temos, porque os hospitais da Região Metropolitana são muito precários. Em qualquer acidente que aconteça na Região Metropolitana, com exceção do Pronto Socorro de Canoas, a pessoa tem que vir para Porto Alegre - de novo, o problema na infraestrutura, o problema de deslocamento rápido. Temos perdido muitas vidas porque não investimos adequadamente nos hospitais da Região Metropolitana. Ainda temos problemas de assistência social: há crianças da Região Metropolitana que estão na ruas de Porto Alegre, e, enquanto esse assunto for tratado pelo Ação Rua, pela FASC, fica difícil identificar essas crianças e depois remetê-las às suas cidades de origem; também há problemas em relação aos moradores sem-teto. Mas, de todos os problemas, o maior que nós temos e que é causa de todos é a falta de planejamento, e, como bem lembrou o Ver. Beto, desde 1988 a Constituição Estadual prevê a execução de um Plano Diretor para a Região Metropolitana. Portanto, a lei é bem-vinda, mas é preciso ter celeridade na execução de um Plano Diretor para a Região Metropolitana, e eu tenho certeza de que esse consórcio é um passo nessa direção. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 040/10.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadores e Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, hoje pela manhã eu acabei causando algumas dificuldades, até pela minha responsabilidade. Lendo o Projeto de Lei, fiquei em dúvida entre os artigos 5º e 9º, pois primeiro se fala em consórcio e depois em autarquia. Então, eu realmente tive dúvidas e as coloquei para o Executivo. Eu não tinha em mãos o Projeto, que agora está no plenário, senão eu também saberia que o Projeto não apresenta nenhum problema. A própria Verª Fernanda, hoje pela manhã, chamou atenção para o fato de que o consórcio é uma entidade pública de natureza autárquica. Então, a minha dúvida era entre consórcio e autarquia.

Agora, eu quero colocar algumas coisas em relação ao que eu ouvi na tribuna, como, por exemplo, do Ver. Adeli Sell. Eu, como Prefeito, fui um dos fundadores da Granpal, mas o Ver. Adeli Sell diz que o Presidente Lula fez a Parceria Público-Privada. Em 1961, nós fizemos uma Parceria Público-Privada e fizemos o Terminal de Ônibus Praça Rui Barbosa, e não tinha Presidente Lula, nem sabiam quem era Lula. Em 1968, como Diretor do DMAE, fiz outra Parceria Público-Privada, de 500 milhões de cruzeiros, e toda a Zona Leste da Cidade foi abastecida de água - depois da Av. Saturnino de Brito não tinha água. Todo mundo recebeu água, numa Parceria Público-Privada que se repetiu depois na Zona Norte, principalmente no bairro Sarandi, na Av. Baltazar de Oliveira Garcia. Então, Porto Alegre já fazia Parcerias Público-Privadas antes do Presidente Lula. Hoje, parece que as Parcerias Público-Privadas são um pouco mais difíceis, antes se fazia com naturalidade.

De qualquer forma, precisamos votar o Projeto de intenções de instituir o consórcio público da Associação dos Municípios da Região Metropolitana, a Granpal, e não tenho dúvidas de que ele receberá a unanimidade dos votos, porque, realmente, interessa à população, pois há uma série de problemas que não são unicamente de Porto Alegre, de Canoas ou de Cachoeirinha. Há uma série de problemas que são do conjunto todo, e alguns problemas são de duas ou três cidades. Evidentemente, o consórcio vai funcionar em razão do problema que surgir. Se forem duas cidades, vai se buscar solução de financiamento para aquelas duas cidades, e as suas Câmaras terão que ser ouvidas. Eu acho que a solução é muito boa, porque não se pode mais pensar em Porto Alegre isoladamente, e sim em toda a Região Metropolitana, porque o problema de um se transfere para o outro, e nós temos que encontrar uma solução conjunta.

Por isso, eu acho que foram muito bons os debates, muito oportunos, mas é chegada a hora de votar e dar a nossa aprovação para que Porto Alegre e a Região Metropolitana tenham a solução para problemas que vêm enfrentando há muito e muito tempo. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para discutir o PLE nº 040/10.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; demais Vereadores e Vereadoras, público das galerias e do Canal 16, hoje, durante a tarde, procurei me inteirar mais sobre este Projeto. Na verdade, foi assinado um Protocolo de Intenções em janeiro de 2010, Ver. João Antonio Dib, entre onze Municípios, e agora temos o Projeto para Porto Alegre poder participar. É um Projeto que autoriza a Prefeitura de Porto Alegre, através do nosso Prefeito, a participar da conclusão desse Protocolo de Intenções, que foi realizado em janeiro de 2010.

Como venho da área do associativismo - muito trabalhei nessa área, juntando vários mercados, participei de várias redes -, sei o quanto é importante o associativismo, o trabalho em conjunto, como isso facilita e impulsiona o trabalho. Penso que nós temos que aprovar este Projeto, que nada mais é do que o trabalho em conjunto para que esses onze Municípios, que compõem a Região Metropolitana, possam desenvolver e planejar ações integradas entre si. É um Projeto importante. Muitas vezes, nesta Casa, discute-se o problema dos ônibus, a relação entre os Municípios, pois esta é a hora de aprovarmos o Projeto, para que o Município de Porto Alegre, participando e tendo autonomia junto à Granpal, possa discutir e realizar obras, para sairmos das discussões somente, Ver. Sebastião Melo: muitas vezes se discute nesta Casa que temos que debater com os Municípios de Gravataí, Canoas, Esteio, Viamão e ficamos só na discussão. Com este Projeto damos autonomia ao nosso Prefeito Municipal, para que ele possa realizar aquilo que nós, muitas vezes, discutimos nesta Casa. Mesmo sendo Vereador de oposição, Ver. João Antonio Dib, vemos a importância deste Projeto e estamos aqui o defendendo.

 

O Sr. Beto Moesch: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro, só lembrando de agregar o seguinte: todas as experiências de consórcios entre Municípios do Estado do Rio Grande do Sul deram certo, principalmente no que diz respeito à gestão de resíduos sólidos e tratamento de esgoto. Sempre deu certo. Então, é bem-vinda essa formatação de consórcio.

O Ver. Toni Proença lembrou aqui - nós estávamos discutindo - que um dos graves problemas da Região Metropolitana, na minha opinião, é que não há um Plano Diretor para a Região Metropolitana, previsto na Constituição do Estado desde 1989. Então, na minha opinião, é uma função também do consórcio começar os trabalhos para elaboração desse Plano Diretor. Obrigado.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Agradeço, Ver. Beto Moesch.

Atendo-me ao Projeto, faço questão de lê-lo: (Lê.): “[...] visando à gestão associada de projetos e programas de desenvolvimento integrado nas áreas de infraestrutura, educação, meio ambiente, saúde, saneamento básico, sistema viário, mobilidade urbana, emprego, assistência social, segurança pública e cidadania”. Dessa forma, estaremos autorizando os Prefeitos dos Municípios que nos cercam a exercer suas atividades em conjunto, buscando as soluções práticas, em vez de ficarmos apenas discutindo; estaremos, assim, aprovando que o Município de Porto Alegre possa participar, efetivamente, de ações concretas junto com os outros Municípios.

A Verª Fernanda levanta a questão de como vai ser esse controle. Realmente, essa é uma discussão que tem que ser aprofundada, mas está previsto no Estatuto um Conselho Fiscal, e os Prefeitos é que são os responsáveis por discutir - isso tem que estar no mandato. Então, acho que não podemos travar um Projeto como este, que vai modificar as relações; temos que dar credibilidade aos Prefeitos e acreditar que, assim, vamos conseguir realizar atividades concretas entre os Municípios e, com isso, melhorar principalmente a parte viária, a mobilidade urbana, pois sabemos o quanto hoje estão interligados esses Municípios. Sou favorável a este Projeto...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para discutir o PLE n° 040/10.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, vejo que o nosso Líder do Governo está muito entusiasmado. Aproveitando o seu entusiasmo, Ver. Dib - o senhor é o nosso “mestre” -, eu queria ouvir, mesmo que informalmente, o Presidente da Granpal, que é o Prefeito de Canoas, Jairo Jorge.

Ouvi os discursos de todos os Vereadores do PT aqui hoje. Ver. Sebastião Melo, eu imagino que este Projeto seja um acordo entre os Prefeitos da Região Metropolitana - não é isso? -, e vejo aqui a Bancada do PT num discurso quase desautorizando este Projeto. Mais ou menos assim, não foi?

 

(Aparte antirregimental do Ver. João Antonio Dib.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Não é contra? Ou ouvi...

 

(Aparte antirregimental do Ver. João Antonio Dib.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM: É a favor? Então, vamos aproveitar para incluir neste Projeto também, que seja numa Emenda, que seja num pedido formal ou informal.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) A Bancada do Partido dos Trabalhadores, através do seu Líder, o Ver. Engenheiro Comassetto, pediu que fosse votado na forma do art. 81. Portanto, significa a aprovação da Bancada.

 

O Sr. Mauro Pinheiro: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Idenir Cecchim, ao contrário, sou favorável ao Projeto, até porque acho que temos de partir do discurso de integração dos Municípios para a prática, e, através do consórcio, é que se pode, na prática, buscar que esses Municípios se integrem.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Vereador.

Então que se faça um consórcio. Eu não li com muita atenção o Projeto, mas que se faça um consórcio, primeiro, para atender às pessoas doentes da Grande Porto Alegre. Esse é o primeiro consórcio que temos que fazer; um consórcio que possa diminuir a dor das pessoas, um consórcio que possa cuidar de quem está doente e não consegue sequer uma consulta nos hospitais de Porto Alegre, e atendendo toda a Região Metropolitana. Há muitas pessoas da Região Metropolitana que trabalham em Porto Alegre que têm direito e merecem ser atendidas, e quem não trabalha também tem direito à Saúde, mas que isso se faça em forma de um consórcio, de um comprometimento.

 

O Sr. Raul Torelly: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço o aparte, Ver. Idenir Cecchim. Vossa Excelência tem toda razão, porque a área da Saúde é uma área que tem que ser valorizada e priorizada por todos os Prefeitos da Grande Porto Alegre, da Região Metropolitana. Se cada um fizer as coisas do seu modo, realmente ficam muito isolados, e não se consegue atingir o objetivo. Porto Alegre dá um mau exemplo, porque, nos últimos dez anos, perdeu cinco hospitais, perdeu leitos em vez de somá-los. Penso que estamos tendo uma oportunidade muito boa aqui na Câmara para aprovar um Projeto que levará a nossa Cidade a conversar e a tentar resolver em conjunto os problemas da comunidade da Região Metropolitana.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Dr. Raul.

Era esta a minha proposição, de apoiar o consórcio, de fazer obras, de fazer saneamento, de fazer o que tem que fazer, principalmente no transporte, que está um caos. Aliás, eu vi a inauguração da Rodovia do Parque antes da campanha eleitoral, já inauguraram o trem até Novo Hamburgo, o Ministro já foi lá, mas a obra ainda não está pronta. Então, vamos começar, nesse Consórcio, a fazer as coisas bem feitas. Meus colegas Vereadores, que são mais inteligentes que eu, peço que me ajudem a fazer que neste Consórcio também se trate, com prioridade, a saúde da Região Metropolitana, que está um caos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Está encerrada a discussão. Em votação nominal, solicitada pela Verª Fernanda Melchionna, o PLE nº 040/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 20 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib, que solicita que seja votado em Regime de Urgência o PLE nº 053/10. (Pausa.)

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, não foi acordado hoje, na Reunião de Mesa e Lideranças, que este Projeto não entraria na Ordem do Dia? Pelo que consta, nesta Casa, normalmente o Regime de Urgência só entra quando tem o acordo de todos os Partidos. Nós vamos descumprir, então, o acordo feito?

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Dib não fez esse acordo. Ele pode se manifestar, se assim o desejar, para explicar.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores; o que eu tentei, hoje pela manhã, é que fosse votado pelo art. 50. Então, eu precisaria do acordo das Lideranças, mas não houve essa possibilidade. Então, neste momento, eu estou pedindo urgência, que será decidido pelo Plenário: sim ou não. Não estou fazendo nada de diferente, não estou descumprindo nenhum acordo.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, o Regimento da Casa é bastante claro sobre o Regime de Urgência. Ele só pode ser requerido depois de 45 dias de o Projeto estar na Casa.

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: O Projeto entrou no dia 24 de novembro.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Aquele é o art. 81, Vereadora. Este não é o art. 81. Esse é o art. 50.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: O art. 50 também é claro, tem que ter acordo em todas as Comissões. E eu tenho certeza de que o Presidente da Comissão de Constituição e Justiça é contrário.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Nem é o art. 50. Este é um Requerimento simples de urgência; não é o art. 50, nem o art. 81.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Baseado em qual artigo do Regimento?

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Art. 110 do Regimento (Lê.): “A urgência altera o regime de tramitação de uma proposição, observando-se o processo legislativo”. Vossa Excelência quer que leia todos os parágrafos? É uma imensidão!

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, pelo menos para entender. Art. 50 (Lê.): “[...] mediante acordo entre as Comissões [...]”

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não, não é o art. 50; é o art.110.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Eu entendi.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): É urgência, é o art. 110. Eu vou ler aqui (Lê:) “Cumpridas as pautas de discussão preliminar, o Projeto será encaminhado às Comissões competentes, que, em reunião conjunta, terão o prazo de até cinco dias úteis para parecer”. Este é o art. 110.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, não passou pelas Comissões Conjuntas, porque...

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não. Ele só vai passar depois de aprovado o Requerimento; antes não.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sim. Nós fizemos hoje uma discussão. Preocupa-me porque houve uma Reunião da Mesa e Lideranças, em que não foi dado acordo para tramitar em Regime de Urgência, uma vez que várias entidades, inclusive, entregaram uma carta hoje a V. Exª e pediram um tempo de debate. Até então, em todo este ano de 2010, nós tivemos uma boa relação com a Liderança do Governo, em que as palavras foram cumpridas, diferente de 2009. Parece-me que está havendo uma ruptura do Governo com os outros Partidos que discutiram hoje, exaustivamente, pela manhã, a situação deste Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Verª Fernanda, deixa eu lhe explicar: hoje pela manhã não houve o acordo. Quando não há o acordo, há possibilidade de pedir esse Requerimento, baseado no art. 110. Não houve acordo.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, nós nos dispusemos, abrimos mão, inclusive, aceitamos, enquanto oposição, a votação de vários Projetos que o Governo queria, marcamos uma reunião na quarta-feira, às 11h, inclusive, para dar parecer a outros Projetos que o Governo acaba de apresentar. Sendo assim, há uma ruptura de acordo, o PSOL não participa mais da reunião quarta-feira e não dará acordo para nenhum Projeto.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, de forma nenhuma eu desrespeitaria um acordo, de forma nenhuma. O que eu propus hoje pela manhã era a votação pelo art. 50, eu precisaria da concordância das Lideranças. Disseram-me que não concordavam. Agora, por que eu peço urgência, não significa que vai ser votado amanhã, não significa que não serão ouvidos os Vereadores, até porque, na votação conjunta, todos os Vereadores podem falar, mas isso antes de acontecer a marcação da data para a votação conjunta, ainda há tempo. Eu acho que há um equívoco da Verª Fernanda, que tem o maior interesse em que seja ouvida muita gente, mas nós estamos à disposição.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, eu solicito o adiamento da discussão, por uma Sessão, do Requerimento do Ver. João Antonio Dib, para que a gente possa discutir na quarta-feira, às 11h, em conjunto, todos os Projetos apresentados pelo Executivo que acabam de ser protocolados. E nós, enquanto oposição responsável, nos comprometemos a analisar o Parecer na quarta-feira pela manhã. Eu solicito adiamento por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Srs. Vereadores, Requerimento tem que ser votado, não há adiamento de Requerimento, Vereadora. A não ser que o Ver. João Antonio Dib permita que discutamos esse assunto na reunião de quarta-feira, às 11h, Vereador, e após isso definimos.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Ver. Tessaro, V. Exª, muito sensato, propõe que se discuta quarta-feira. Este Vereador concorda, V. Exª não colocou em votação, apenas anunciou, portanto nós podemos, na quarta-feira pela manhã, conversar com todos os nobres Vereadores na sala da presidência. Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Está ótimo; então, essa discussão será feita na quarta-feira, às 11h, quando houver Reunião de Mesa e Lideranças para discutirmos os assuntos das Comissões Conjuntas.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0457/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 010/10, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que institui, no Município de Porto Alegre, o Programa Cidade Verde Sustentável e dá outras providências. Com Emenda nº 02.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Pedro Ruas: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e das Emenda nos 01 e 02;

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto e das Emenda nos 01 e 02;

- da CUTHAB. Relator Ver. Nilo Santos: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01; Relator Ver. Paulinho Rubem Berta: pela aprovação da Emenda nº 02 (empatado);

- da CEDECONDH. Relator Ver. Toni Proença: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos 01 e 02;

- da COSMAM. Relator Ver. Carlos Todeschini: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos 01 e 02.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM em 22-11-10;

- retirada a Emenda nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLL nº 010/10. (Pausa.) O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 010/10.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que acompanha a nossa Sessão no dia de hoje, estava conversando com alguns Vereadores para deixarmos para quarta-feira, mas é importante que façamos algumas discussões que são muito pertinentes. Até porque o Projeto é meritório, já foi instituído em várias capitais do País. Com certeza, em Porto Alegre também será muito importante instituir o Programa Cidade Verde Sustentável, em que dialogamos com a questão do recolhimento do lixo, seja ele reciclável ou orgânico. Para V. Exas terem uma ideia, nobres colegas Vereadores, em Porto Alegre, a Prefeitura recolhe, transfere ou emite para as dezesseis cooperativas existentes 100 toneladas/dia de lixo reciclável, e há mais 100 toneladas na informalidade. Vejam só quanto lixo é recolhido na Cidade. Agora, quando se trata de lixo orgânico, ou o lixo da varrição de rua, chega a 1.200 a 1.300 toneladas/dia, lixo que é levado para o Município de Minas de Leão, no aterro sanitário. Temos uma despesa muito grande e significativa com essa modalidade do lixo orgânico, que é levado até Minas do Leão; o Município gasta em torno de 54 reais a tonelada. É evidente que trabalharmos com a ideia de energia limpa é, sim, dialogar não só enquanto Poder Executivo, mas, principalmente, com essas parcerias que a maior parte dos Estados e capitais estão fazendo em relação às cooperativas ou entidades, como a UFRGS, que já trabalha com a ideia de utilizar o lixo reciclável ou orgânico na tentativa de se obter energia limpa.

É óbvio que este Projeto, uma vez discutido em várias Comissões e aceito com pareceres favoráveis... Nós percebemos que em Porto Alegre não existe essa ação. Nós dialogamos com o DMLU e com a SMAM, que deram alguns pareceres em relação ao Projeto. Para viabilizar o Projeto, implementamos duas Emendas, que foram protocoladas no dia de hoje, as de nº 3 e nº 4, que fazem algumas correções. Estamos, então, concordando para poder viabilizar uma discussão mais pertinente. Por isso, Ver. Beto Moesch, que trabalha muito nessa área, tenho certeza absoluta de que essa proposta - se trabalharmos na ideia do reaproveitamento do lixo principalmente orgânico, se facilitarmos parcerias com as universidades que têm programas específicos para tornar o lixo em energia limpa - dialoga, sim, com o conjunto da sociedade. Não há como reduzir o efeito estufa se não houver ações concretas principalmente das grandes capitais, que hoje geram milhares de toneladas ao mês de lixo, o nosso Município tem uma despesa muito significativa em relação a isso. Então, pedimos apoio para instituir o Programa Cidade Verde Sustentável, por meio do qual poderemos reutilizar o lixo reciclável e mais precisamente o lixo orgânico. Lembro que atualmente não há nenhuma política em Porto Alegre nesse sentido, diferentemente do que acontece em outras capitais do País. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLL nº 010/10.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, gostaria de tecer alguns comentários em relação ao Projeto de autoria do Ver. Oliboni, tentando enquadrá-lo à realidade de Porto Alegre.

Primeiro, vou votar favoravelmente, porque tem mérito, mas, com todo respeito, quero dizer que, na prática, não vai dar em nada. Ele é uma carta de boas intenções, ele traz princípios já previstos na nossa Lei Orgânica, aprofunda ainda mais o tema. Só para dar o exemplo da nossa Lei Orgânica, que é a nossa Constituição: 80% do assunto trata de resíduos, e a gestão dos resíduos sólidos já está muito detalhada no Código Municipal de Limpeza Urbana, mas, na sua grande parte, não é aplicado. Por exemplo, coleta seletiva é obrigatória, mas não se obriga. A coleta seletiva é obrigatória na cidade de Porto Alegre, mas nunca se obrigou ninguém a separar o lixo.

Aliás, esta Casa não tem uma boa gestão de resíduos. Eu não confio na coleta seletiva da Câmara de Vereadores. Não confio porque se faz a mistura lá no final. Nós fazemos um convênio informal com uma cooperativa e, todas as sextas-feiras, levamos para essa entidade, porque não confio na Câmara de Vereadores em relação a isso. Quanto aos materiais reciclados, quem usa papel reciclado na Câmara de Vereadores? Todos os papéis usados são brancos. Nós não conseguimos instituir aqui - talvez, a Verª Sofia nos ajude nisso - o que já existe na Prefeitura de Porto Alegre: o uso do papel reciclado. Podem ver, os projetos de lei da Prefeitura são todos em papel reciclado. Podem olhar!

Quero colocar que esse Projeto cria o Conselho Gestor de uma Cidade Verde e Sustentável. E o Conselho Municipal do Meio Ambiente? O Conselho Municipal do Meio Ambiente foi instituído pela Lei Complementar nº 369, que tem poder deliberativo. Isso pode até causar problemas para o Conselho Municipal do Meio Ambiente. E mais, Ver. Dr. Raul: esse é o trabalho que nós temos que agora cobrar do Executivo, o Código Municipal do Meio Ambiente trata desses assuntos, mas com mais especificidade. Essa é uma cobrança que temos que fazer ao Executivo, porque, através de sete audiências públicas, esta Casa, junto com a Prefeitura, promoveu a elaboração do anteprojeto do Código Municipal do Meio Ambiente. E ele tem esse nome porque é mais abrangente.

O que as demais cidades estão fazendo, Ver. Oliboni? São leis de mudanças climáticas, são muito horizontais, muito holísticas, tratam de todos os assuntos, porque toda a ação humana gera mudança climática. É por isso que São Paulo e outras cidades já fizeram, inclusive aqui no Rio Grande do Sul, seria o nosso Código Municipal do Meio Ambiente, Ver. Dib. Então, esse arcabouço de legislação nova, que já está consubstanciada no Código Municipal do Meio Ambiente, é que deveria, na minha opinião, embasar a política ambiental no Município de Porto Alegre, porque já foi discutido por esta Casa.

E mais: nós poderíamos ter aprofundado muito mais este debate na própria Comissão de Saúde e Meio Ambiente, Ver. Oliboni. Na minha opinião, o meio ambiente foi muito pouco discutido nesta Casa no decorrer de 2010. Muito pouco mesmo! Não que não tenha sido, mas, na minha opinião, foi muito pouco discutido! Fica, entretanto, em virtude do mérito, o meu voto favorável. Prevê algo muito importante, sim, embora já esteja no Código do Meio Ambiente; prevê a instituição do selo verde - é importante -, mas é um Projeto que vai ficar muito dependente de regulamentação de um decreto futuro. De qualquer maneira tem mérito, de qualquer maneira o autor promove o debate sobre alguns assuntos que são, sim, de fundamental importância, embora...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para discutir o PLL nº 010/10.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu levei um susto quando pensei ouvir do Ver. Oliboni a expressão cidade viva; depois, eu me dei conta de que não era cidade viva, era cidade verde que ele queria dizer. Cidade verde que todos nós queremos, todos nós queremos respeitar o meio ambiente. Temos aqui um especialista, o Ver. Beto Moesch - um ativista, melhor dizendo. Também todos nós queremos isso, chegamos a votar um requerimento aqui na Câmara de Vereadores para separar o lixo seco do lixo orgânico, vejam só, aqui na nossa Casa! Temos realmente que fazer uma grande conscientização.

Eu gostaria muito de votar uma vez pelo menos, ou ajudar a defender um projeto do Ver. Oliboni, que enche esta Casa de projetos com boa vontade. O Ver. Oliboni tem boa vontade, boa-fé. Ele é o Jesus Cristo, uma vez por ano, no Morro da Cruz; então é um homem de boa-fé. Na sexta-feira, quando li e ouvi a notícia, Ver. Pujol, de que o Presidente Lula teria vetado a Lei das Vacinas, eu até lembrei do Ver. Oliboni, que briga tanto com o Prefeito, com a Prefeitura. O Vereador quer estabelecer tantos projetos para cuidar da Saúde Pública, para cuidar disso e daquilo, sempre de boa-fé. O Presidente Lula jogou um balde de água fria em cima do Ver. Oliboni, vetando a Lei das Vacinas. Vejam bem, vacinas contra catapora, vacinas contra a meningite, vacinas que cuidam da saúde da população brasileira. E o Presidente Lula deixou, nos últimos anos, a Saúde ir para o beleléu; a saúde do brasileiro foi para o beleléu nesses últimos oito anos. No apagar das luzes, o Presidente Lula jogou esse balde de água gelada nas pretensões do Ver. Oliboni, de querer fazer programas de vacinação, de prevenção aqui na Cidade de Porto Alegre. Então, eu subi à tribuna mais para me solidarizar com o Ver. Oliboni, por essa triste notícia que o Presidente Lula lhe presenteou de Natal neste final de ano.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLL nº 010/10.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Tessaro; Vereadores e Vereadoras, eu venho aqui também para me somar às manifestações de apoio ao Ver. Oliboni. O Vereador tem feito um trabalho muito sério, e eu entendo que essas ironias que o Vereador Cecchim lhe fez são descabidas, há uma ponta de maldade, e, no meu entendimento, não deve ser assim. De mais a mais, com todos os problemas que temos na Saúde - eles são reais, têm de ser reconhecidos -, também é verdade que nós temos de admitir que o Ministro Temporão, que é do PMDB, que integrou o Governo Lula, foi um grande Ministro e fez muito pela Saúde no Brasil.

Infelizmente, Ver. Oliboni, quem não tem feito são os Municípios. E aqui nós tivemos um caso gravíssimo em Porto Alegre. Nos últimos tempos as coisas melhoraram muito, mas nós tivemos seis anos de retrocesso na Saúde Pública em Porto Alegre, então não dá para culpar o Presidente Lula. Vamos reconhecer o bom trabalho que está sendo feito agora na Saúde, temos de dar o braço a torcer, temos de dizer, porque é fato e verdade. Agora, tivemos retrocesso, sim, durante seis anos, a Saúde andou para trás. Vejam o Instituto Sollus, a Reação, há desmando de tudo que é lado, mas há uma política nova agora, que é séria, há uma pessoa e um conjunto de pessoas com diálogo.

O Ver. Oliboni propõe uma ideia que vem ao encontro da necessidade da sustentabilidade, pois nós produzimos muito material residual. São mais de 1.200 toneladas, ou seja, 1,2 milhão de quilos... Se traduzirmos em caminhões de porte médio, talvez alcancemos mais de cem caminhões por dia, veículos que despendiam com gasto do erário, gasto do dinheiro público, algo que poderia ser evitado, e o meio ambiente, inclusive, poderia ganhar com geração de renda. São cerca de trezentas, quatrocentas toneladas só de material orgânico, de resíduos orgânicos que poderiam muito bem ser compostados ou passarem por uma usina de mecanização com ganhos ambientais, com ganhos energéticos, mas isso ainda não avançou nada, e a iniciativa do Ver. Oliboni contempla essa ideia, assim como outras muitas coisas que poderiam trazer renda, poderiam gerar atividades econômicas, poderiam melhorar a vida - com a aprovação do Projeto - não só ambiental, mas, fundamentalmente, econômica de muitas famílias.

 

O Sr. Toni Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Todeschini, agradeço o aparte, eu vou votar favorável ao Projeto, acho que ele tem méritos, mas só para lembrar a V. Exª que nós já temos, em Porto Alegre, uma usina de compostagem que aproveita o lixo orgânico, é ali na Lomba do Pinheiro, faz-se um belo trabalho, inclusive, com geração de renda para muitas famílias.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Isso é positivo, mas precisa ser ampliado, por isso o Projeto, que será aprovado aqui, Projeto do Ver. Oliboni, amplia, organiza e disciplina a matéria, instituindo isso em lei. Sem dúvida, será um avanço e uma conquista, motivo pelo qual o seu Projeto tem que ser aprovado, Ver. Oliboni. Creio que esta Casa não lhe faltará. Obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL nº 010/10.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu fui informado pelo autor de que ele vai pedir adiamento por uma Sessão. Então, eu vou me preservar e discutir a matéria no dia em que for votada. Eu desisto de discutir hoje, porque vai haver adiamento.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI (Requerimento): Nobre Presidente, eu estou visualizando o Plenário, nenhum Vereador quer perder a matéria. Eu conto com a sensibilidade de V. Exª para transferirmos para quarta-feira, para que seja um dos primeiros Projetos a ser tratado; que não se crie o mecanismo de não haver quórum para não votar a matéria. Portanto, peço verificação de quórum.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu estou inscrito para discutir, eu acho que é oportuno que eu discuta agora.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 010/10.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o Ver. Oliboni, sabedor dos problemas da Cidade, é tão estudioso que parece um prefeito. Só coloca coisas para serem feitas pela Prefeitura, o que, curiosamente, não eram feitas antes, quando a Administração do seu Partido estava na Prefeitura. Mas ele apresenta, todo dia, um projeto de lei, e eu até acho que este aqui é um bom Projeto, ainda que não me pareça de iniciativa de Vereador. De qualquer forma, ele é do interesse do Município, acho até que vale a pena.

Agora, há algumas coisas com as quais não posso concordar. Nós discutimos muitos projetos como este, aí vai o Ver. Todeschini ali e diz que a Saúde, em Porto Alegre, nos seis primeiros anos, piorou. É verdade, mas há um culpado, chama-se Luiz Inácio Lula da Silva, mais conhecido como Presidente Lula. No seu primeiro ano de Governo, o Presidente Lula mandou para Porto Alegre 51 milhões de reais a menos em relação ao ano anterior. Só foi igualar os 307 milhões, do Presidente Fernando Henrique, quatro anos depois. Veja que a inflação do ano de 2002, que deve ser considerada, foi bastante elevada, de dois dígitos. E as correções inflacionárias fizeram com que, no ano de 2009, Porto Alegre ainda estivesse recebendo, em relação ao ano de 2002, 45 milhões de reais a menos. E, ao longo desses sete anos, a Prefeitura recebeu 225 milhões de reais a menos do que deveria receber. Isso foi no Governo Lula.

E uma prova de que o mutirão funciona: o Secretário Pedro Gus assumiu a Secretaria de Saúde e fez um mutirão. Entre quatro a cinco mil cirurgias foram realizadas nesse mutirão, cirurgias que estavam represadas. E não foi com o recurso do Presidente Lula não, foi com a participação espontânea até de médicos. É por isso que o Ver. Dr. Raul Torelly fez a solicitação de um mutirão, por um Projeto de Lei que foi aprovado, e vai ser realizado. Então, vamos discutir o Projeto que está sendo proposto pelo Ver. Oliboni - mais uma das suas instituições prefeitorais, é a vocação que ele tem, mas ele não passa de prefeito do Partenon; lá no Partenon, ele é prefeito, mas da Cidade ainda não. Ele sempre propõe Projetos. E não me tragam assuntos da Saúde e nem outros diferentes, porque aí me obrigam a discutir outros assuntos. O Ver. Oliboni tem um Projeto, pediu adiamento, e é justo que ele peça adiamento.

É oportuno que eu responda ao Ver. Carlos Todeschini, meu amigo: o culpado das dificuldades da Saúde neste País chama-se Lula, que impediu a votação da Emenda Constitucional nº 29 e continua impedindo agora. Eu quero ver o que ele vai deixar escrito para a Dilma, deixará regulamentar a Emenda nº 29 ou não? Essa é a criatura que foi mais maléfica para a Saúde no País, essa sim. E é bom lembrar que quem entende de Saúde aqui, depois dos dois médicos que há no Plenário, é o Ver. Aldacir José Oliboni, o bom José. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro – às 17h35min): Solicito abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Carlos Todeschini. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Há 15 Vereadores presentes. Está encerrada a Ordem do Dia.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4224/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 184/10, de autoria do Ver. Nilo Santos, que altera o art. 4º da Lei nº 10.933, de 14 de julho de 2010 – que dispõe sobre a realização de feiras, exposições, e demais eventos que envolvam venda e exibição de animais domésticos, da fauna silvestre ou exóticos provenientes de criadouros autorizados e dá outras providências –, ampliando o prazo que poderá durar o evento, para fins de obtenção de licença.

 

PROC. Nº 4225/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 053/10, que autoriza a criação, pelo Executivo Municipal, do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (IMESF) no âmbito do Município de Porto Alegre.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4121/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 178/10, de autoria do Ver. Mario Manfro, que inclui a Feira de Artesanato do Rio Grande do Sul – Artesul – no Anexo II à Lei nº 10.903, de 31 de maio de 2010 – que institui o Calendário de Eventos de Porto Alegre e o Calendário Mensal de Atividades de Porto Alegre, dispõe sobre a gestão desses calendários e revoga legislação sobre o tema –, que será realizada na primeira semana de dezembro.

 

PROC. Nº 4169/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 182/10, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Chácara das Nascentes o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 6034, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, no início da tarde, circulou aqui pela Casa um documento de várias instituições acerca da criação do Instituto Municipal de Estratégia e Saúde da Família no âmbito do Município de Porto Alegre. Respeitosamente, as pessoas têm seus interesses corporativos, e, em se tratando da categoria profissional que pertence à Saúde, não podemos esperar outra posição que não aquela de lutar para que toda e qualquer atividade que houver na área da Saúde dentro do Município entre no quadro dos funcionários estáveis da municipalidade. Mas nós, Vereadores - eu já disse isto a vários Vereadores que estavam aqui sob a militância do meu Partido -, temos que olhar a sociedade como um todo. O Prefeito, os Secretários, os Vereadores têm que olhar sempre para os vários lados do balcão: para quem está na frente, para quem está atrás e mesmo para aqueles que não têm acesso ao balcão, que é maioria do povo. Então, nós temos que ter muito cuidado ao discutirmos esse tema. O meu Partido, nos Estados da Bahia e do Sergipe, nas cidades de Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul, Esteio, discute um Instituto ou uma Fundação. Portanto, nós vamos discutir muito e exaustivamente. Não queremos que isso seja votado de atropelo, pois temos tempo para discutir e formar uma opinião - e nós, os Vereadores da Bancada, tomaremos uma opinião em conjunto.

Ao longo do tempo, eu formei uma opinião, mas é a minha posição, ainda não é a posição da Bancada. Inclusive, eu abri esse debate nas instâncias do PT Municipal - sou o seu Presidente. Na semana passada, fiz uma reunião da Executiva Municipal, em que várias pessoas colocaram a sua opinião. Ou seja, esse é um debate que está na ordem do dia, nós temos que apressar a nossa opinião e, se tudo der certo, teremos uma opinião conjunta, porque é regra geral, nós votamos com a Bancada. Quero alertar que o tema não é fácil. Evidentemente, estar num quadro estável da municipalidade é importante, mas eu quero saber como vamos resolver o problema do médico da família, do enfermeiro da família e, principalmente, do agente, que deve ser uma pessoa com um vínculo direto com a comunidade. Num concurso público, como isso será feito? Como isso será mantido? São perguntas que ficam, e temos que achar uma resposta clara, contundente, para não prejudicar nenhum lado da situação: nem o trabalhador da Saúde, nem a pessoa que está na vila. É importante haver um regramento na Prefeitura que seja o mais universal possível. É isso.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, a discussão preliminar de Pauta do dia de hoje envolve quatro Projetos, sendo que dois deles merecem especial atenção. Primeiro, o Projeto De Lei do Legislativo nº 184/10, de autoria do Ver. Nilo Santos, que altera o art. 4º da Lei nº 10.933, de 14 de julho de 2010, que dispõe sobre a realização de feiras, exposições e demais eventos que envolvam venda e exibição de animais domésticos, da fauna silvestre ou exóticos provenientes de criadouros autorizados e dá outras providências, ampliando - esta é a ultima razão objetiva do Projeto - o prazo de duração do evento, para fins de obtenção de licença.

 

O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. REGINALDO PUJOL: O Ver. Nilo Santos me honra com o aparte, seguramente para explicitar, com a maior clareza possível, o objeto da sua proposição.

 

O Sr. Nilo Santos: Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol.

Na realidade, a feira é realizada com muita dificuldade. Por quê? Porque envolve um trabalho de mídia, envolve o trabalho dos criadores, e todo esse trabalho é muito caro. Então, vamos supor cinco dias de feira - segunda, terça, quarta, quinta e sexta-feira -, mas sábado e domingo não dá. Então, a ideia é dez dias, porque inclui, com certeza, o final de semana, para que as pessoas possam fazer a visitação à feira.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Cumprimento V. Exª pela capacidade e objetividade em esclarecer o objeto da sua proposição, até porque, como V. Exª falou, em dez dias é possível se pegar dois fins de semana, que me parecem ser os momentos mais relevantes para quem organiza exposições com essa finalidade dentro das regras legais.

O segundo assunto que vai merecer minha atenção não é tão simples como esse que o Ver. Nilo Santos nos expôs do microfone de aparte; é um assunto que vai, seguramente, polemizar esse final de ano legislativo. Trata-se da criação, pelo Executivo Municipal, do Instituto Municipal de Estratégias da Saúde da Família, IMESF, no âmbito do Município de Porto Alegre. Esse assunto, Ver. Carlos Todeschini, com certeza, há de merecer, de todos nós, uma discussão aprofundada. Acho que há circunstâncias em que experiências semelhantes estão ocorrendo muito próximas de nós, algumas aqui no Município de Canoas, e seria, Ver. Sebastião, absolutamente conveniente que, num curto espaço de tempo, nós diligenciássemos um convite ao Prefeito de Canoas, para que viesse aqui nos expor a experiência em relação ao que estão realizando no Município de Canoas.

Em verdade, todas as alterações, todas as modificações, quando surgem, Ver. DJ Cassiá, geram uma certa preocupação. É natural, porque, no fundo, todos nós somos um pouco conservadores, nós nos acostumamos até a repetir aqueles atos que deram certo, e até é uma recomendação! É como a gente diz: “Não inventa, quando não for necessário”. Então, não é propriamente uma invenção que se faz. Faz-se - por que não? - um aproveitamento, aqui em Porto Alegre, da experiência do Município de Canoas, até dentro daquele ditado popular que diz que nada na vida a gente cria, mas tudo copia. É uma cópia da experiência canoense adaptada às circunstâncias de Porto Alegre.

Por isso, pela relevância do Projeto e pelas suas inequívocas consequências, Ver. Toni Proença, entendo conveniente que o nosso vizinho de Canoas venha dar a nós informações a respeito da sua experiência. Que o faça de forma insuspeita, porque, afinal, o Prefeito de Canoas foi eleito pelo Partido dos Trabalhadores, derrotando uma estrutura política que era a maior estrutura do Partido da Social Democracia Brasileira no Rio Grande do Sul, o Município de Canoas. As mais diversas opiniões a respeito da ação do Prefeito de Canoas são marcadas por posições divergentes, porque, obviamente, ninguém dirige um Município do tamanho de Canoas agradando a todos e a todo o momento.

Sr. Presidente, neste debate preliminar, eu quero, com muita clareza, levantar a possibilidade - para isto quero que o Líder do Governo, as Lideranças da oposição, as Lideranças partidárias me apoiem - de criarmos condições objetivas para que, antes da votação desta matéria, Ver. Raul - V. Exª é meu líder em matéria de Saúde Pública -, façamos com o Prefeito de Canoas um bom debate, para esclarecer algumas dúvidas que, eventualmente, persistam sobre a matéria. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, Ver. Pujol, eu vou, em preliminar, na minha manifestação, dizer o seguinte: não posso ter um discurso na oposição e outro no Governo. Quero dizer, Ver. Toni, que não me agrada os Executivos de modo geral - leia-se Presidência da República, Governos dos Estados e Prefeitos - entupirem os Legislativos em finais de ano com matérias que poderíamos discutir com muito mais aproveitamento durante o ano. Então, meu caro Líder do Governo, a minha manifestação é esta: não me agrada. Esta matéria tem quase 40 artigos, ela mexe com uma clientela enorme na Cidade.

Como as coisas vêm sendo feitas, Ver. DJ Cassiá? Em 1994, o Governo Fernando Henrique criou o Programa Saúde da Família, e, por ser do PSDB e por ser aqui o Governo do PT, o Governo do PT retardou adaptar isso. E quem pagou a conta foi a população, porque Belo Horizonte tem 300 PSFs ou mais, e nós estamos recém com 94 PSFs. É o Programa de Saúde de Família, Ver. Dr. Raul, V. Exa sabe disso. Qual a figura jurídica? Veja bem, trata-se de um convênio em que há majoritariamente dinheiro do Governo Federal, Ver. Carlos Todeschini; um pouco deveria vir do Estado, mas não tem vindo; e o restante a Prefeitura faz para contratar as chamadas Equipes de Saúde da Família.

Como os Governos Municipais, Ver. Reginaldo Pujol, do Brasil inteiro fariam um concurso de uma coisa que deveria ser política de Estado, mas que está sempre dependendo do Governo de plantão? Então, criaram o seguinte: “Vamos conveniar com a Faurgs”. Ver. Toni Proença, a primeira etapa foi selecionar os profissionais, com provas de títulos. Contrataram a Faurgs, pagava-se uma comissão pelo trabalho da Fundação. A Procuradoria do Município chegou à conclusão de que não poderia pagar a comissão; suspendeu-se o contrato com a Faurgs. E aí veio esse famigerado Sollus, que diziam que não ganhava nada, mas eu dizia da tribuna: “Não acredito nisso”. Como é que alguém vai prestar serviço sem ganhar nada? Eu não conheço esse tipo de coisa. E deu no que deu. Agora, vem o Instituto de Cardiologia, que dá suporte a isso.

Parece-me, Ver João Antonio Dib, que a proposta colocada é muito melhor do que o que está aí, porque trazer para uma fundação público-privada, uma instituição híbrida... Eu disse ao Ver. João Ver. João Antonio Dib o que eu vou dizer nesta tribuna: voto amanhã, às 18h, desde que haja uma reunião mais coletiva; se não tiver, eu não voto esta matéria. Se não tiver, posso votar, mas voto contra. E quero dizer que não vou me pautar por nota de jornal do Simers! Aliás, quero dizer o seguinte, Ver. Dr. Raul, que é colega Vereador e é médico: se botar 50 % na Saúde Pública do que o Simers gasta em publicidade, a Saúde de Porto Alegre seria melhor. Então, “vamos devagar com o andor, porque o santo é de barro”. Não venham querer pautar que tem que votar assim. Não, o meu patrão é o povo da cidade de Porto Alegre, que foi quem me elegeu e a todos os demais 35 Vereadores - ao povo eu devo compromisso.

Vereador-Líder, podemos votar, mas temos que reunir aqui o Conselho Municipal da Saúde, o Secretário Municipal, o Governo, a Procuradoria-Geral, o Simers, a Comissão de Saúde, todos numa grande sala. Eu tenho dúvida, por exemplo, se o Secretário da Saúde deve ser o Presidente do Instituto. Não sei se isso é bom. Um CC a mais? Tudo bem, mas não sei se isso é bom. Deixa o Secretário cuidando de todas as coisas, coloca alguém para ser, quem sabe, o Diretor da Fundação. Agora, eu falo com o Presidente da Fundação ou com o Secretário da Saúde? Tenho essa dúvida.

E como vai ficar a situação dos 400 que estão aí, Ver. Dib? Eles vão lotar aqui, porque aprovamos a Fundação, e vão dizer: “Como eu passo para lá?”. Vão ter que fazer um novo concurso, Presidente? Eu não consegui ler. Como vão selecionar? Vão fazer tudo novamente? E aí os que estão lá? São os médicos que estão acostumados com a comunidade, sabem o que a comunidade quer. Então, quero dizer o que de certa forma todos disseram: votamos, não há problema, desde que haja discussão, sem a qual não dá para votar esta matéria, não dá para discuti-la no tempo de cinco, dez, quinze ou vinte minutos. É preciso que haja o contraditório.

É boa a sugestão do Pujol. Acho que eles não votaram, Ver. Pujol: eles encaminharam, e está na Câmara de Vereadores, lá em Canoas, se é que entendi a fala do Fortunati, mas seria bom que o Prefeito Jairo Jorge fosse o nosso convidado, Presidente - penso que V. Exª pode cuidar disso -, para fazermos um debate sobre como ele chegou à conclusão de que esse é o melhor caminho.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. DR. RAUL TORELLY: Presidente Tessaro, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e todos que nos assistem, realmente o momento que se avizinha, de discussão, de conversa, de procurar uma solução para a Estratégia de Saúde da Família de Porto Alegre, é um momento, com certeza, muito rico, porque são muitas pessoas, muitas entidades, é a sociedade em seu todo, principalmente a sociedade que mais precisa, que são aqueles em vulnerabilidade nas nossas vilas, nos lugares mais pobres, são esses que devem ser realmente o objetivo da nossa Estratégia de Saúde da Família.

Este Projeto, que está em 1ª Sessão de Pauta, que cria o Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família de Porto Alegre. Nós estamos em parte reproduzindo o Projeto que votamos aqui há cerca de um ano e que enfrentou problemas junto ao Ministério Público, que não concordou com a Emenda aqui proposta, que sanava uma série de dificuldades já apontadas naquele momento. Na realidade, é uma situação idêntica àquela que nós tínhamos há mais de um ano. Isso impede o andamento melhor do Sistema de Saúde da Família em Porto Alegre, porque as nossas equipes não conseguem efetivamente ser aumentadas. Então, a comunidade, que é o alvo maior do Programa da Saúde da Família, é que deixa de ter o atendimento. Os vazios da Cidade, na área da Saúde da Família, são muito grandes. Todos nós sabemos que precisaríamos ter em torno de 300 Unidades de Saúde da Família em Porto Alegre e, hoje, nós temos 103 Unidades, ou seja, estamos com vinte e poucos por cento de cobertura desta Estratégia, tão necessária. É ali, através do médico de saúde da comunidade, da enfermeira, do técnico de enfermagem e dos agentes comunitários de saúde, que, realmente, fazemos a diferença para a população que mais precisa.

Nós estamos em dívida com a nossa população, com uma saúde melhor. Isso passa pelo Governo Federal, que não estabeleceu até hoje um marco regulatório para a Estratégia de Saúde da Família no Brasil - não é em Porto Alegre. Nós temos os mais variados tipos de contratação nos Municípios, para que possam tentar dar um atendimento moderadamente razoável nesta área. Então, é o momento em que nós temos que tentar equacionar esta questão e bater o martelo para que a Saúde Pública avance na cidade de Porto Alegre. Temos visto entidades que, filosoficamente, politicamente, defendem que todos devem ser colocados para dentro do sistema como funcionários públicos efetivos, concursados efetivos, o que, na realidade, seria muito bom, se tivéssemos essa possibilidade, se tivéssemos recursos suficientes e definição em nível de Brasil.

Este Projeto, que chega à Casa, na minha visão melhora um pouco o que nós já enfrentamos há um ano aqui. Não é um “mar de rosas”, está muito aquém do que nós gostaríamos. Precisamos, realmente, conversar bastante sobre essa matéria e trazer todos os entes necessários, todos os Ministérios Públicos envolvidos, todos os Sindicatos, mas não para uma reunião infindável e sem solução, e sim para que possamos, efetivamente, nos entender, bater o martelo e fazer sair desse processo, desse Projeto, o melhor para a Saúde Pública de Porto Alegre, para a dignidade do nosso cidadão. Saúde para todos é o que eu desejo, e vamos em frente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni Proença está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu aproveitarei a discussão preliminar de Pauta para falar no mesmo assunto levantado pelo Ver. Sebastião Melo e Ver. Raul Torelly. Quero lembrar que antes deste Projeto, que cria o Instituto de Saúde da Família, uma instituição pública de direito privado, nós votamos, no ano passado, um Projeto de Lei que criava o Departamento de Saúde da Família na Secretaria Municipal de Saúde. Aprovamos esse Projeto, e houve a recomendação do Ministério Público de Contas para que o Prefeito vetasse o Projeto. Pois muito bem, o Prefeito vetou o Projeto, e nós, numa iniciativa da Câmara Municipal, liderada pelo Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo, fizemos uma reunião com o Prefeito Municipal, com o representante do Sindisaúde, com o representante do Sindicato dos Agentes de Saúde, com o Ministério Público, com o Conselho Municipal de Saúde; se eu não me engano, só não estava presente o Simers. Acordamos com o Veto sugerido pelo Ministério Público e que o Prefeito enviaria um Veto à Câmara, e, a partir daí, constituir-se-ia um grupo de trabalho para discutir, buscar e encontrar uma solução para o Programa de Saúde da Família.

Qual é o grande problema do Programa de Saúde da Família? O Programa de Saúde da Família, como já diz o nome, não é uma lei, é um programa; ele não é uma política pública de Estado, como bem disse o Ver. Sebastião Melo. E nenhum Prefeito do Brasil tem coragem de concursar os médicos, os trabalhadores de Saúde, os agentes comunitários sem ter a garantia do financiamento deste Programa. Se um Governo, ao assumir, resolver acabar com essa Estratégia, mudar essa Estratégia, estará o Prefeito às voltas com a Lei de Responsabilidade Fiscal. Esse é o problema. Alguns poucos Prefeitos do Brasil fizeram isso, outros estão buscando alternativas. O que temos que militar em todo o Brasil é pela alteração no programa para lei. A Presidenta Dilma, que assume dia 1º de janeiro, comprometeu-se em discutir a matéria. Acho que aí, sim, estaremos enfrentando o problema para uma solução definitiva. O nosso Governador eleito, Tarso Genro, também está discutindo a possibilidade de enfrentar esse problema, porque este problema não está só em Porto Alegre, está em todas as cidades do Rio Grande do Sul. Saúde é um problema sério que todos nós temos que enfrentar.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Toni Proença, o Simers, Sindicato Médico, parece pensar que os Vereadores são alienados, porque faz constantemente um aviso pelo rádio: “Srs. Vereadores, cuidado com a história do velhinho”, talvez o “velhinho” seja eu. Mas eles também participaram da elaboração desse material; aqui está, o Simers participou. Então, se havia algo a ser mudado aqui, eles têm oportunidade de trazer Emendas para que elas sejam aproveitadas, para que o Projeto seja melhor do que já veio.

 

O SR. TONI PROENÇA: É verdade. Houve, durante um bom período de 2010, um grupo de trabalho com participação do Simers, do Conselho Municipal de Saúde, do Sindisaúde, do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde, com o Governo Municipal, depois foi dado vista ao Ministério Público; alguns concordaram, outros não; o Ministério do Trabalho esteve aqui na COSMAM. Houve uma reunião na COSMAM, na semana passada, em que houve manifestações, é verdade, contrárias ao Projeto.

Eu sou a favor do diálogo e da maior participação possível. Entendo que a sugestão dada pelo Ver. Pujol, de trazermos aqui o Prefeito Jairo Jorge para aumentarmos o debate, é muito bem-vinda. Não precisamos fazer isso na corrida, mas que até agora houve muito debate sobre o tema, houve...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, gostaria de um esclarecimento. A minha sugestão de convidar o Prefeito de Canoas para dialogar conosco sobre este Projeto depende de algum requerimento formal meu? Vossa Excelência acolherá e dará encaminhamento? Se for preciso fazer um requerimento, eu formalizo o pedido.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Eu vou ligar para o Prefeito para ver se ele pode estar aqui na próxima quinta-feira, às 14 horas. Vamos fazer esse contato imediatamente.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Muito bem, Presidente. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. André Carús está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ANDRÉ CARÚS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu retorno a esta tribuna para fazer referência a um Projeto de minha autoria que protocolei nesta Casa em junho, quando estive aqui em substituição ao Ver. Haroldo de Souza. Trata-se do PLL nº 113/10, que versa sobre um tema fundamental relacionado ao trânsito da nossa Cidade. É uma ideia que nós protocolamos nesta Casa com o objetivo de contribuir, ainda que isso pareça resolução parcial aos problemas de circulação nas vias urbanas, mas proíbe e limita a circulação de veículos pesados e caminhões nas vias arteriais que possuam até três faixas de circulação.

Nós encaminhamos esse Projeto, que é também produto de um debate travado com entidades representativas da Zona Norte, que foram lideradas pela Associação de Moradores do Bairro Lindóia, mas que, na sua essência, sendo aprovado por esta Casa, e, posteriormente, sancionado, trará benefícios para todas as regiões de Porto Alegre. Tivemos, num primeiro momento, Parecer favorável do Ver. Pedro Ruas, da CCJ, ou seja, inexiste óbice legal e constitucional à sua tramitação nesta Casa. Mas, ainda na semana passada, tomei conhecimento do Parecer exarado pelo Ver. João Carlos Nedel, do Partido Progressista, na CEFOR, o qual refere a inexistência ou o desconhecimento, por parte dos Vereadores desta Casa, de um estudo técnico, avalizado pela EPTC, que trate do assunto. E, também, há discordância ou divergência por parte de entidades ligadas ao setor dos transportadores de cargas e ao ramo empresarial no sentido de que essa proposta não avance na Câmara de Vereadores.

Então, diante das argumentações levantadas pelo Ver. Nedel, também diante da forte adesão popular de motoristas, de usuários do transporte coletivo, dos defensores de um trânsito sustentável nesta Cidade, para que esta matéria prospere na Câmara de Vereadores nós encaminhamos hoje, Presidente Tessaro, uma solicitação de Audiência Pública no dia 15 de março de 2011, para tratarmos do assunto. E que, para essa Audiência Pública, sejam convidados os segmentos, os atores sociais, as entidades que estão aqui manifestadas no Relatório, que, de alguma maneira, têm feito, infelizmente, uma discussão contrária ao avanço dessa matéria, muitas vezes, até pelos órgãos da imprensa.

Nós queremos tratar esse assunto com responsabilidade e, ainda que ocupando o mandato em caráter transitório, não podemos nos furtar de fazer o bom debate, porque estamos aqui, sim, enfrentando um tema que diz respeito ao dia a dia do porto-alegrense, que é a circulação viária da nossa Cidade. Nós não queremos deixar que esta proposta se transforme num confronto com os setores que estão aqui colocados. Essa proposta, de maneira alguma, está se contrapondo a esse segmento importante, a essa atividade econômica dos transportadores, tampouco significa uma forma intransigente de limitar o abastecimento dos estabelecimentos comerciais e dos lojistas. Muito pelo contrário, a EPTC já possui um estudo técnico, que nos foi apresentado, apresentando exemplos exitosos de aplicação dessa medida em capitais como Florianópolis, Curitiba, São Paulo e até metrópoles do Estado de São Paulo, como Campinas e Ribeirão Preto. Goiânia e Belo Horizonte também já se valeram dessa iniciativa como contribuição. A EPTC, que anunciou que em novembro deste ano iria já aplicar administrativamente a limitação às cargas pesadas no Centro da Cidade, não o fez ainda. Nós também aguardamos ansiosos para que essa medida, Ver. Dib, Líder do Governo, em caráter experimental, seja aplicada no Centro da Cidade.

Então, a nossa proposta pretende dialogar com a sociedade, com os setores, com os ramos das atividades envolvidas, não se trata de uma guerra de versões e, muito menos, de um confronto nosso com a atividade produtiva ou com aqueles que abastecem e transportam para os estabelecimentos comerciais. Nós queremos, sim, contribuir, uma vez que obras viárias importantes e outras questões não chegam da noite para o dia, para a qualificação da circulação viária e para minimizar o efeito negativo provocado pelos congestionamentos em horários de pico.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Waldir Canal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu venho à tribuna falar sobre um problema que tem ocupado os jornais, entendo que seja um problema de Saúde Pública e também um problema ambiental. Saúde Pública porque trata da qualidade da água do nosso Guaíba, dos rios, da contaminação e, consequentemente, da mortandade de peixes, de espécies que estão sendo atingidas pela poluição. Desde 2002, os nossos rios - Rio dos Sinos, Rio Caí, agora chegando à bacia do Guaíba - têm sofrido com a poluição, que tem matado, sufocado grande quantidade de peixes, prejudicando a balneabilidade da água, trazendo preocupação para os pescadores, para as pessoas que, de alguma maneira, transitam e vivem na beira do rio e também para as que fazem dali, da água do Guaíba e desses rios, um meio de lazer. Nós temos acompanhado um debate que tem sido feito pela Promotoria do Meio Ambiente, pela Fepam e também pelas entidades e Prefeituras envolvidas nesse processo. Existe aí um jogo de empurra em relação ao esgoto não tratado, empresas que lançam na água dejetos químicos que têm causado verdadeiro estrago na natureza, no meio ambiente, e isso, consequentemente, traz prejuízo à sociedade, prejuízo àqueles que sobrevivem da pesca, daquilo que a natureza, que os rios produzem.

Então, eu quero chamar atenção para esse problema e deixar este registro aqui - os jornais têm noticiado, mas nós sabemos que é um problema muito mais amplo. Naquela mortandade de 2006, as empresas envolvidas foram condenadas, mas até agora não pagaram a sua condenação, porque entraram com recurso, apresentaram diversos argumentos. Quer dizer, até agora, concretamente, não se viu punição; ela não existe, e quem paga a conta é a sociedade. É necessária a recuperação do Rio dos Sinos, Rio Caí e seus afluentes, e agora há este problema sério no Guaíba - nestes últimos dias, há algumas espécies tendo problemas, vindo à superfície buscar oxigênio, uma certa quantidade de peixes apareceram mortos, mas nada comparado àquelas toneladas de peixes que foram mortos em 2006. Então, fica aqui este registro. A Câmara de Vereadores de Porto Alegre tem que entrar no debate, tem que participar, tem que ajudar na fiscalização desse problema - nem começou direito o verão, e já estamos com um problema sério de poluição.

Outro problema sobre o qual eu gostaria de falar rapidamente é o vivido pelos moradores da Ilha da Pintada e adjacentes: o problema do cemitério da região, que continua sem solução, as pessoas não conseguem enterrar os seus entes queridos, tendo que os enterrar em outros Municípios ou aqui em Porto Alegre, no Cemitério João XXIII. Há o problema do transporte, esse é um problema ao qual também temos que estar atentos, porque a população daqueles bairros está precisando de auxílio e de uma definição por parte dos Poderes Públicos. Fica aqui um chamamento para essa situação. Agradeço a todos pela oportunidade. Um abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, em 1978 era Prefeito desta Cidade o grande Guilherme Socias Villela. Eu era Secretário de Obras e fui com ele e mais outros Secretários da Administração Municipal lá no Clube Gondoleiros, onde foi lançado o Projeto Padroeira. Uma das obras do Projeto Padroeira era a construção do Porto Seco, visávamos tirar especialmente do 4º Distrito aquelas transportadoras que ali estavam instaladas, levando-as para o Porto Seco, e também impedir que aqueles caminhões pesados trouxessem carga à área central. Seria feita a distribuição de mercadorias em horários determinados, em veículos menores, para que não se alterasse a vida da área central especialmente, mas não só dela.

Hoje estamos preocupados com os ônibus que entram na área central, mas nós olhamos caminhões com cinco eixos, um caminhão atrás do outro, circulando aqui na Perimetral o dia inteiro; nós olhamos caminhões circulando por toda a Cidade o dia inteiro. O Porto Seco está lá, foi concluído por mim, como Prefeito, em 1985, está lá. As empresas estão instaladas lá. Mas nós não estamos cumprindo aquilo que se determinou, aquilo para o qual ele foi proposto, que é a distribuição de cargas em horários definidos e também em veículos menores. A qualquer hora nós encontramos veículos pesados na área central - em especial na área central -, fora o problema do estacionamento indevido e do desrespeito à legislação existente.

Essa preocupação do Ver. Carús é boa. Eu acho que nós não precisamos legislar, até não precisa fazer Audiência Pública. Nós precisamos é pressionar, a Câmara como um todo, para que o Porto Seco realmente seja realidade em relação a esse assunto. Só então nós teremos uma Cidade aliviada, em que menos cargas estarão sendo entregues durante o dia todo, e sim naqueles horários que foram definidos e em veículos menores, pequenos caminhões. Ninguém está pensando que vai se entregar mercadoria em van, porque isso não é possível, há carga que precisa de caminhão mesmo, mas de caminhão normal, de cinco, seis toneladas, e não os de 30, 40, 50 toneladas que andam na área central. Isso não tem sentido. Ali o limite de carga é de dez toneladas por eixo, posso pensar que um caminhão com cinco eixos tenha 50 toneladas, não acredito, mas eu posso pensar.

Então, na realidade, o nosso problema não é falta de lei; o nosso problema é falta de cumprimento da lei. Isso precisa ser feito com muita urgência, e evidentemente precisamos de um Plano Viário. Eu não entendo que a Câmara tenha aprovado um Plano Cicloviário - com exceção dos votos do Ver. João Dib e Haroldo de Souza -, e não tenhamos pensado em fazer o Plano Viário para ajudar o crescimento e o desenvolvimento da Cidade. O Plano Cicloviário foi um belo projeto do saudoso Afonso Senna, e, de todo o Plano, ainda não conseguiram implantar uma só obra. Apenas na Estrada João Antonio da Silveira a obra está sendo concluída, provavelmente, mas, em relação às outras três que ele anunciou para maio do ano passado, eu disse que não faria, que, na Av. Ipiranga e na Av. Sertório, ele não iria fazer, ninguém faz, não tem quem faça. Nós temos um Plano Cicloviário e não temos um Plano Viário. Portanto, o nosso problema não é falta de lei, é falta de cumprimento da lei existente e de um Plano Viário, que nós não temos e precisamos com muita urgência. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, tenho feito nesta Casa, desde o momento em que assumi, em 2009, como Vereador, meus pronunciamentos com a preocupação com o setor econômico, principalmente com os supermercadistas. Por várias vezes, subi à tribuna e denunciei, por exemplo, a empresa Walmart, que utilizava o crédito da substituição tributária e, com isso, estabelecia uma concorrência desleal no Estado do Rio Grande do Sul. Durante esses debates, muitas vezes falei que essa era uma das preocupações que eu tinha, que foram sanadas quando a empresa deixou de utilizar esses créditos.

Durante esses debates, muitas vezes falei, Ver. João Antonio Dib, que a minha preocupação ia muito além do crédito da substituição tributária, disse que era um perigo uma empresa grande como essa, uma multinacional, que buscava cada vez mais fatias do nosso mercado, aumentando o número de filiais - mercados, supermercados e hipermercados - no Estado do Rio Grande do Sul, de uma forma que nós já vimos no México, onde houve problemas, e nos Estados Unidos, onde há Estados que proíbem a construção dessas lojas, por considerarem essa empresa predadora. E hoje recebo aqui a preocupação da Associação Gaúcha de Supermercados, Agas, com uma manifestação do Presidente Antônio Cesa Longo. Ele relata aqui um fato ocorrido nesta semana: numa empresa de leite, o custo era de 1,52 reais para o fornecedor, e a empresa Walmart colocou o produto a 1,34 reais e fez um pedido muito maior do que o habitual. O fornecedor resolveu mandar apenas o pedido habitual. Com isso, houve represália da empresa Walmart, que tirou todos os produtos do fornecedor de todas as suas lojas, porque ele não quis entregar uma grande quantidade para ser vendida abaixo do custo. E por que a empresa de leite não quis fazer isso? Porque sabia que, se fizesse, todos os outros supermercados iriam ficar insatisfeitos com seu trabalho, então teve a honra de não vender a grande quantidade que empresa Walmart queria, sendo penalizada pela Walmart.

Essa é a preocupação que eu sempre tenho, Ver. João Antonio Dib. Por que a preocupação? Porque, quanto mais cresce essa empresa, mais risco como esse nós temos, de ela querer ditar o preço de mercado, botando o preço no fornecedor, dizendo a quanto ele tem que vender e em grandes quantidades. O que parece ser bom para o consumidor - “Mas eles estavam vendendo mais barato!” -, no futuro, pode ser ruim. Com isso, a empresa gaúcha que ficou de fora vai ficar prejudicada em toda a sua estrutura, porque estava acostumada a vender uma quantidade para cada um deles e agora vai sobrar esse produto para ela. A empresa está sendo penalizada. E já não é a primeira vez que isso acontece. Nós tivemos um problema similar em Pelotas com uma empresa de biscoito que também não quis fazer o que a Walmart desejava, que era dar uma bonificação maior no final do ano, ela acabou também sendo penalizada. A empresa Walmart elevou o preço do biscoito.

Portanto, esse é um risco muito grande para nós. Temos que ter cuidado, e eu venho alertando, Ver. Reginaldo Pujol, há muito tempo, sobre o perigo de deixarmos a empresa crescer tanto e prejudicar as nossas empresas nacionais, as nossas empresas gaúchas, assumir de certa forma um monopólio, assim como aconteceu em outros países, como no México. Nós temos que estar vigilantes com essa empresa, como temos o caso do Sam’s Club. Querem modificar a lei, querem ir contra a lei aqui na cidade de Porto Alegre, querem abrir uma loja de um tamanho não convencional, mas há uma lei que proíbe isso. Está feito o alerta.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, sabidamente, reconhecidamente, eu sou um liberal assumido, a favor da liberdade de comércio. Acho que alguns temas, na sua abordagem, deixam espaços para uma digressão muito forte. Eu, honestamente, Sr. Presidente, não gosto muito de entrar nesse conflito do grande contra o médio ou contra o pequeno. Agora, nós temos necessidade de preservar não o pequeno, o grande, o imenso, mas nós temos que preservar aquele que atua dentro das verdadeiras regras de mercado, porque a liberdade de comércio não permite o dumping, não permite que se formem os oligopólios, não permite, enfim, uma série de atividades que são contra a verdadeira política de mercado. Eu acredito que, ao final, Ver. Toni Proença, nós temos que cuidar do consumidor, que, no meu entendimento, é o senhor absoluto do espetáculo promovido pelas transações comerciais.

Mas, evidentemente, nós não podemos ignorar alguns acontecimentos que o dia a dia, o cotidiano do mercado propiciam. Não foi nem uma nem duas vezes que algumas empresas muito fortes invadiram, inundaram o mercado, depreciaram os preços e, depois que eliminaram a concorrência, deram as costas e saíram. Há muito tempo - o Ver. Dib deve se lembrar disto, porque nós caminhamos juntos há bastante tempo - eu digo que não sou contra o capital estrangeiro, pelo contrário, eu prefiro que o capital estrangeiro venha para cá, gere emprego, pois é melhor do que a gente fazer empréstimo e pagar juro. O capital, mesmo que seja remunerado, antes de retornar, gerou impostos, emprego, ou seja, gerou uma série de atividades.

Agora, lamentavelmente, nos últimos anos, meu caro Mauro, o que nós temos aqui no Brasil é um verdadeiro capital especulativo. Ninguém mais vem aqui para iniciar aqueles negócios que a nossa economia precisa; vem aqui para esmagar os já existentes. Eu não preciso que ninguém do mundo venha ensinar aos gaúchos e aos brasileiros, muito mais aos gaúchos, como é que vai se vender arroz, como é que vai se vender feijão, como é que vai se vender açúcar, gêneros de primeira necessidade, material de consumo em geral, higiene do lar, higiene pessoal. Tradicionalmente, nós, gaúchos, somos muito bons nesse particular, agindo com correção. É lógico que há concorrência de mercado, nós não podemos evitar que isso aconteça e nem estamos aqui para sermos juízes daqueles que mercadejam na economia da cidade de Porto Alegre. Agora, uma coisa é inquestionável: nós precisamos ficar alerta para aqueles lobos em pele de cordeiro, para aqueles que chegam aqui bonzinhos e que, logo adiante, mostram as suas garras, e lá se foi o chapeuzinho vermelho. Não podemos ser nem a vovozinha nem o chapeuzinho vermelho. Não precisamos ser o herói que vai salvar o príncipe encantado, mas ser o realista e olhar essa situação.

Então, Ver. Mauro Pinheiro, considerando-se que às vezes me surpreende com algumas atitudes que não são próprias de um homem que está no mercado com competência, como V. Exª está, eu devo dizer a V. Exª que, para evitar o abuso oligopólico, a supremacia, o esmagamento, que não é a livre concorrência; para evitar a supremacia do alienígena sobre o nacional, V. Exª vai contar comigo. Eu não sou incoerente com relação a isso, porque quero que o grande seja V. Exª, a sua rede, formada a partir da soma de muitos esforços. Não preciso que esses amigos, entre aspas, lá do Norte venham para cá dizer para fazermos aquilo que nós sabemos fazer muito bem. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, público que nos acompanha nesta Sessão, venho aqui fazer uma manifestação porque, na próxima quarta-feira, está elencado um Projeto nosso, que é para aprovação da adição do biodiesel, com uma Emenda que começa por 20%. Eu venho aqui justamente fundado numa matéria que há poucos dias foi publicada por um importante jornal do Rio Grande do Sul (Lê.): “Poluição, Porto Alegre pede socorro. O elevado nível de poluição do ar na Capital está preocupando especialistas. O prognóstico é de que os índices cresçam ao longo dos anos, provocando mudanças na saúde da população. A qualidade do ar é mais preocupante nos meses de inverno.” Das seis capitais pesquisadas, Porto Alegre é a segunda mais poluída, nós só perdemos para São Paulo.

E há mais afirmações muito preocupantes feitas pelos pesquisadores da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Uma professora diz que o evento em saneamento, em foco, apontou a poluição do ar muito severa, muito forte, muito grave na cidade de Porto Alegre e que pode ser minimizada a partir da escolha de um combustível menos poluente. Por isso estamos insistindo na ideia do uso do B-20, que é o que está consagrado e admitido pelos fabricantes de motores até o período.

Também é apontada, no prognóstico, a preocupação com o aumento cada vez maior dos veículos. Nós temos o ingresso de, no mínimo, cem veículos por dia, o que significa, durante 23 dias úteis por mês, o ingresso de 2,5 mil a 3 mil veículos novos todos os meses. E a poluição se concentra num material particulado que é aspirado e vai para a corrente sanguínea e pode afetar, severamente, órgãos importantes e fundamentais como o cérebro, por exemplo. Aponta a região do Humaitá como a de pior qualidade de vida de Porto Alegre, superada pelo Centro e Rodoviária, que são locais de grande concentração de material particulado, de fuligens.

Então, nós temos um conjunto de medidas a fazer. Temos que tornar esse debate como principal aqui na Câmara de Vereadores, porque a poluição está afetando severamente a saúde dos porto-alegrenses. Vejam só o índice: o indicador é de, no máximo, dez microgramas de partículas por metro cúbico de ar, e nós temos 16; temos 60% a mais do que o permitido. Esse é um indicador grave, gravíssimo, da situação da qualidade do ar em nossa Cidade. Evidentemente, há um excesso de automóveis; temos que trabalhar essa tendência a médio e longo prazo, substituindo o automóvel pelo transporte coletivo, mas não só isso; mais um conjunto de medidas é necessário e urgente. Uma medida imediata é a adição de biodiesel na mistura do diesel fóssil, o que pode dar um efeito a curto prazo nesse particular, pelo menos para reduzir o material particulado de ônibus, de lotações, do transporte público que utiliza esse combustível. Pretendemos fazer essa votação na próxima quarta-feira, esperamos que isso seja aprovado porque a Cidade e os nossos pulmões pedem socorro. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não havendo mais inscritos, está encerrado o período de Comunicações.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h37min.)

 

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